Com o parcelamento do salário dos servidores públicos, anunciado pelo Governo do Estado na segunda-feira, a alternativa é buscar formas de driblar a crise. Para um especialista consultado pela Folha, três atitudes são essenciais para driblar a crise: recompor as dívidas, evitar fazer mais dívidas e comprar somente o que for necessário.
O funcionário público que está recebendo o salário parcelado deve, primeiramente, ter paciência e não quitar de imediato suas dívidas. “Se a pessoa tem débitos, ela não deve pagá-los de imediato, mas sim reorganizar a dívida junto aos seus credores. Isso porque quem está recebendo o pagamento parcelado de aproximadamente R$ 1.300,00 não tem condições de pagar todas as contas de uma vez só”, afirmou o economista Raimundo Keller.
Se o servidor deve o cartão de crédito, por exemplo, ele precisa ir ao gerente do seu banco e explicar que não tem como pagar. “A partir daí, tentar negociar sugerindo o parcelamento da dívida em cinco ou dez vezes.
Pode não parecer, mas o servidor estará ganhando, mesmo com a cobrança dos juros”, comentou Keller, ao frisar que, a partir daí, é importante ficar atento e coordenar a dívida.
O segundo passo é evitar fazer outras dívidas. “Daqui para frente é essencial evitar, de qualquer maneira, acumular mais dívida, principalmente se for com compras no cartão ou cheque especial, que contém altos juros”, complementou.
De acordo com o economista, o endividamento das famílias brasileiras está ligado a compras por impulso, prestações e pelo uso do cartão de crédito, por isso, é preciso pensar bem antes de entrar em outra compra parcelada. “Neste período de incertezas na economia do País, os consumidores devem evitar compras em crediário, principalmente os usuários de cartão de crédito, que geralmente pagam juros excessivos e sofrem para pagar a fatura completa”.
O terceiro passo para evitar a crise é comprar somente o que for necessário. “O servidor deve, de fato, comprar ou fazer dívidas só com o que ele realmente precisa: gastos com alimentos, remédios, materiais de higiene e no máximo com vestuário”, destacou o economista.
Keller também alertou que a situação em que vivemos atualmente é só o começo da crise financeira do Brasil e de Roraima. “É só o início de um problema que vai durar por muito tempo. Não é o Governo Federal que vai tirar o Estado dessa situação de calamidade. Inclusive, a população deve considerar que o próximo Natal será um dos mais magros que já tivemos, assim como as próximas datas comemorativas”, alertou. (B.B)