Polícia

Presos são transferidos para unidade de segurança máxima

Ao todo, 11 presidiários considerados de alta periculosidade e acusados de envolvimento com o PCC foram transferidos para a unidade de segurança máxima

A transferência de 11 presos do Sistema Prisional de Roraima – considerados de alta periculosidade – para o presídio federal de Campo Grande, na Capital de mesmo nome, em Mato Grosso do Sul (MS), ocorreu na manhã deste último sábado, dia 08, após um enorme aparato policial que envolveu, pelo menos, 43 homens das polícias Militar e Federal.
A transferência faz parte da operação Weak Link, do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), em conjunto com a PF (Polícia Federal), que teve por objeto desestruturar a ramificação da organização criminosa intitulada “Primeiro Comando da Capital” (PCC), originária de São Paulo (SP), que estava tentando atuar em Roraima dentro e fora dos presídios.
Pouco depois das 7 horas da manhã de sábado, os detentos que estavam presos na Cadeia Pública de Boa Vista chegaram ao IML (Instituto Médico Legal) para procedimentos de praxe, como exame de integridade física e identificação, no Instituto de Identificação (II) para aqueles que por algum motivo estavam sem a carteira de identidade (RG).
A operação de transferência do presídio até o Aeroporto Internacional de Boa Vista, solicitada pelo MPRR e PF, foi de responsabilidade da Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania) e contou com o apoio de homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais), da Força Nacional (FN) e da PF, chamando a atenção de muitas pessoas em razão de um dos sentidos da avenida Venezuela ter sido completamente interditado e logo ali na frente se aglomeravam candidatos que iriam prestar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Eles aguardavam a abertura dos portões.
Os trabalhos no IML e II duraram pouco mais de 40 minutos e logo depois os presos, enfileirados, entraram no veículo do Sistema Prisional e seguiram direto para o aeroporto, de onde embarcaram antes do meio-dia, em uma aeronave da PF, com destino ao Mato Grosso do Sul.
Aparentemente os presos não pareciam estar abalados com a transferência, mas surpresos. Quando os trabalhos já haviam sido concluídos e eles se dirigiam ao veículo, um deles falou ao colega da frente: “Pô, cara, só agora que me dei conta da real, a gente tá sendo mesmo transferido para um presídio de segurança máxima”. (Sic)
Os transferidos foram: Fabiano Alves dos Santos, 40, vulgo “Pé de Ferro”; Edson Da Silva Ferreira, 38, o “Black”; Elieudes do Carmo Ramos, 32, o “Titela”; Geovanes Barbosa Hofmann, 25, o “Carote”; Bruno Almeida da Silva, 21, mais conhecido como “Sarapó”; Auiley Silva da Cruz, 33, o “Lourinho”; Lauro Patrício de Lima, 21, o “Pirilouco”; Diego Mendes de Andrade, 23, o “DG”; Anderson Maxuelle Mafra, 29, vulgo “Gongo”; Elivandro Batista Ferreira, 35, o “Vandrinho” ou “35”; e Anderson Thiago dos Santos Moraes, 25, o “Motoqueiro”.
Esses detentos, segundo informações da Polícia, são muito perigosos e já haviam sido retirados da Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc) e remanejados para a Cadeia.
Além deles, no último dia 31, 145 presos do regime semiaberto, que cumpriam penas na Pamc, foram remanejados para a cadeia e 125 que estavam na cadeia – com exceção de uma Ala que comporta 20 apenados do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) – foram transferidos para o antigo prédio do CSE (Centro Sócio Educativo), no bairro Asa Branca.
Essas transferências ocorreram após tentativa de fuga em massa na Pamc no dia das eleições. Cinco dias antes, a Polícia descobriu um túnel por onde os presos escapariam. Então, houve a rebelião e parte da unidade prisional foi destruída.
Os presos já haviam hasteado a bandeira da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na Pamc e, após a ocupação do presídio, ela foi substituída pela bandeira do Brasil.
O prazo mínimo de permanência dos presos na unidade prisional de segurança máxima é de 360 dias.