Diante da crise financeira no Estado, na Avenida Venezuela, nas proximidades da Praça Simon Bolívar, conhecida como “bola do Trevo”, no bairro Pricumã, zona Oeste, muitos proprietários passaram a expor seus maquinários para venda, aluguel e até mesmo troca. Esse local, às margens da BR-174, sempre serviu de ponto de aluguel e comercialização de máquinas pesadas e caminhões, mas tem aumentado nos últimos meses.
O dono de aproximadamente 10 máquinas expostas no local, Wellington Gomes Júnior, disse que está vendendo ou trocando os equipamentos porque o mercado está fraco. “Eu nem coloco mais para alugar porque, nos últimos meses, ninguém está alugando. Está tudo parado”, afirmou.
Segundo ele, a situação começou a piorar no início do ano. “Não tem mais serviço para nós, e isso está nos afetando muito. Nunca enfrentei uma situação assim. A crise financeira está acabando com o mercado”.
Gomes disse que já fez vários serviços, de forma terceirizada, para o Estado e para a Prefeitura de Boa Vista. “Mas nem mesmo dessa forma está acontecendo. A empresa que contratava o nosso serviço nunca mais me procurou. Inclusive, eu estou até advogando, que era minha segunda opção, e me preocupando menos com a questão dos aluguéis das máquinas para ter uma renda. Está realmente muito difícil”.
Ele disse que tem esperança na melhoria do mercado. “A gente espera uma luz no fim do túnel. A nossa expectativa é que em breve tenham mais serviços, mais obras e mais contratações. Nós estamos na expectativa e vamos sempre manter a esperança”, destacou.
As máquinas que estão sendo comercializadas por ele são de grande porte, geralmente utilizada para serviços pesados e serviços da área rural. “Eu tenho um rolo modulador, três caçambas, um cavalo mecânico, um caminhão de sol, um baú grande trucado e outros equipamentos”, frisou.
O proprietário de uma transportadora, que não quis se identificar, disse que a crise no Estado está afetando o mercado. “Em Roraima o mercado está morto, devagar demais. A crise financeira e a politicagem estão acabando com a gente. Pode ter certeza que o dinheiro não é o problema, mas sim esses políticos que só sabem se beneficiar com o dinheiro público”, comentou.
O operador de máquinas Giovane dos Santos disse que está faltando serviço. “A crise está braba e quase não tem trabalho pra gente fazer. Já faz tempo que a procura por máquinas pesadas caiu. As pessoas estão sem dinheiro para investir, e isso acaba nos prejudicando muito, principalmente para nós, que somos empregados e ficamos sem trabalhar. Esperamos que esse problema acabe e as coisas melhorem”. (B.B)