Política

Neudo Campos tem a 1ª reunião com Chico Rodrigues para definir transição

Coordenador do processo de transição entre governos foi até o Palácio Senador Hélio Campos para reunião com o governador

A primeira reunião para tratar do processo de transição do Governo do Estado ocorreu na tarde de ontem, na sede do Palácio Senador Hélio Campos, entre o governador Chico Rodrigues (PSB) e o coordenador da equipe de transição do próximo governo, o ex-governador Neudo Campos (PP).
O encontro iniciou por volta das 16 horas e só terminou à noite, pouco antes das 19 horas. Apenas o advogado Frederico Linhares, membro da equipe de transição do governo de Suely Campos (PP), participou da reunião. Vários secretários estavam na Casa Civil, na antessala onde acontecia a reunião.
Chico Rodrigues não atendeu à imprensa e sua assessoria informou que ele se pronunciaria por meio de nota. Neudo concedeu entrevistas na saída e disse ter considerado o encontro “amistoso”. “Encontrei por parte do governador Chico Rodrigues toda boa vontade para que essa transição seja feita em clima amigável, com honestidade, com revelação de todos os dados”, disse.
Conforme Neudo, o governador encomendou um relatório de cada secretaria que será apresentado dia 30 de novembro. “Antes disso, pedi que algumas coisas fossem adiantadas, então qualquer informação julgada necessária da nossa parte certamente será dada sem nenhum problema. Após o dia 30, já em dezembro, a transição será de uma forma oficial”, explicou. Até lá será possível adiantar os trabalhos da transição com essas informações.
Algumas informações que devem ser adiantadas tratam da dívida do Estado. “Esse levantamento minucioso trará quanto se deve pagar em cada mês. Quanto teremos que pagar em janeiro? E em fevereiro?”, questionou Neudo complementando: “Precisamos desses dados para planejar as ações, ver quanto há disponível para arcar com as despesas que teremos com Educação, Saúde, enfim, com a administração do Estado”.
Outro tema tratado durante a conversa diz respeito aos anúncios feitos recentemente pelo governo de projetos como o auxílio alimentação de R$500 a todos os servidores estaduais e a incorporação da GID (Gratificação de Incentivo à Docência) ao salário dos professores. “Sobretudo aquelas que significam onerar despesas para a próxima administração. Encontrei por parte do Chico simpatia, digamos, um propósito honesto, claro, decente, no sentido de abrir todos os números. Ele, em si, não quer fazer nada que possa vir a prejudicar o futuro da Suely Campos”, disse.
Neudo pediu que o governo “segurasse” as medidas para que sejam analisadas pela futura gestão. “Vamos analisar com profundidade cada um desses projetos. Temos informações de que a situação financeira do Estado é caótica, muito difícil, e num quadro desses aumentar despesas não seria aconselhável”, argumentou.
Conforme ele, as dívidas chegam a consumir até R$25 milhões por mês. “Não dá para planejar sem saber quanto tem que pagar. Conquanto, não se pode contar com o que vem do FPE [Fundo de Participação dos Estados]”, informou.
EQUIPE – Neudo Campos não informou os nomes de todos os membros da comissão de transição, mas adiantou que Frederico Linhares será uma espécie de líder do grupo. Alguns setores maiores, como o caso da Educação e Saúde, terão mais de um membro responsável por condensar as informações. A Educação contará com as professores Ana Freitas, Selma Mulinari, Ana Ilza Coelho e o deputado estadual Flamarion Portela.
CASSAÇÃO – Sobre a notícia da cassação de Chico Rodrigues, ocorrida na semana passada pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima, com uma possível posse antes do fim deste mandato, Neudo disse ter “certeza de que não vai acontecer”.
“Eu procuro ser realista, não adianta querer me empolgar. Nem considero, não me empolgo”, disse ao completar que o ex-governador Anchieta Júnior (PSDB) governou por mais de três anos “pendurado por uma liminar”.