Cultura

Universidade Federal do RS lança livro de roraimense

A obra aborda a vivência e reflexões inovadoras do autor sobre as profundas transformações ocorridas na Amazônia

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul vai lançar nessa sexta-feira (21), o livro do roraimense Getúlio de Souza Cruz, sobre indigenismo e ambientalismo na Amazônia.

O professor doutor em Ciência Política e mestre em Economia,  escreveu ‘Ambientalismo e indigenismo – Roraima como laboratório dos regimes internacionais’, abordando a sua vivência e reflexões inovadoras a partir das profundas transformações ocorridas nos espaços amazônicos da região Norte brasileira, a partir de análise do conceito de soberania estatal e suas mudanças da face da globalização e suas contradições.

O lançamento acontece durante o Seminário de Estudos Estratégicos realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e analisa na obra as origens, conteúdos e propósitos dos regimes internacionais de meio ambiente e direitos humanos das comunidades indígenas e associa tais movimentos ao processo de desenvolvimento do capitalismo contemporâneo mundial e brasileiro de forma rigorosa e objetiva.

O livro é resultado do doutorado em ciência política pela UFRGS /UFRR e apresenta, de forma instigante, o estado de Roraima como uma espécie de laboratório experimental das políticas ambientalistas e indigenistas internacionais. “Ele provoca com uma argumentação sólida e empiricamente embasada, a reflexão intelectual sobre perguntas que não querem calar. O objetivo é compreender como governos tão diferentes liderados por FHC, Lula, Collor e Dilma seguiram exatamente as mesmas políticas ambientalistas seguindo a agenda internacional”, disse Paulo Fagundes Vicentini, coordenador do Dinter da UFRGS.

Na área específica de Roraima levanta a tese das causas que levaram Roraima a ter menos de 7% da sua superfície disponível para produção. “O livro traz de diferente a análise de que os regimes internacionais não têm interesse em preservar o meio ambiente, mas sim evitar que novas áreas sejam integradas aos processos produtivos”, disse o autor Getúlio Cruz.

Ele explicou que os estudos das próprias ONGs demonstram que a unidade de medida conhecida como “pegada ecológica”, criada pelos movimentos ambientalistas, mostra que o planeta só tem condições de sustentar uma população de 1 bilhão e 600 milhões  de pessoas e a projeção é que daqui a 30 anos é que teremos 9 bilhões. “Portanto, é preciso dar um freio na utilização de recursos naturais para evitar que os cidadãos do primeiro mundo percam a qualidade de vida que já têm. Movimentos ambientalistas e de direitos humanos têm pouco de ambientalismo e humanismo e muito mais de controle ideológico dos países de centro sobre a periferia”, concluiu.

O Seminário iniciou na quarta-feira (18), esta edição será realizada juntamente com o I Seminário de Estudos Estratégicos do Comando Militar do Sul e com o IV Seminário Casas de União e busca enfatizar a importância da Política Externa e de Defesa para o desenvolvimento brasileiro.

Perfil do Autor

Getúlio Cruz é professor do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Roraima (UFRR), graduado em Economia pela Universidade Federal do Pará, Mestre em economia e Doutor em Ciências Políticas pela UFRGS.

Em 40 anos de magistério superior, atuou na Universidade da Amazônia, UFPA e UFRR. É pesquisador do Núcleo de Estudos Comparados da Amazônia e do Caribe (NECAR). Em 30 anos de administração pública foi governador, secretário de Planejamento do Estado e de Finanças da Prefeitura. Também integrou o conselho deliberativo da Sudam e o Conselho da Zona Franca de Manaus. Fundou e presidiu o Banco de Roraima e, durante 20 anos, foi diretor-presidente do grupo Folha de Comunicação.