O setor madeireiro em Roraima, um dos mais produtivos, está no vermelho. O baixo desempenho deve-se, segundo os empresários, principalmente à queda na exportação do produto para a Venezuela. As vendas caíram 50%, o que está provocando demissões no setor.
Há 14 anos no mercado local, a empresária Cristiane Lopes Santos, 35 anos, dona de uma madeireira no Distrito Industrial, zona Sul, lamenta o atual quadro e avisa que, se algo não for feito para melhorar as vendas, o setor pode “quebrar” daqui a um mês.
“As vendas da madeira em Roraima já caíram pela metade. O venezuelano também não compra mais porque quer pagar muito abaixo do preço de mercado. Para piorar, a burocracia no setor público emperra ainda mais o desenvolvimento. Há um colapso no setor e estamos no vermelho”, lamentou.
No caso da exportação à Venezuela, Cristiane lembrou que o metro cúbico da madeira era vendido a R$700,00, mas agora os empresários do país vizinho só querem pagar R$550,00 o que inviabiliza por completo as transações comerciais.
Ela disse que vencer a área burocrática no setor público é o grande desafio. Como exemplo, citou o manejo florestal. “Este processo é concluído em dois anos. A Femarh é quem fiscaliza e autoriza a extração da madeira, a partir do manejo, mas isso dura muito tempo, o que inviabiliza o desenvolvimento do setor”, observou.
Por mês, a empresária disse que vende em torno de 500 metros cúbicos de madeira. Antes da burocracia da lei, vendia quase o dobro. “As despesas são grandes. O metro cúbico da tora, por exemplo, chega à empresa custando R$280,00, mas com esta queda brusca nas vendas, se a reposição do desmatamento não sair até o final do mês, o setor vai parar”, avisou.
Poucas empresas em Roraima fazem plantio autorizado pela Femarh das áreas de manejo. O processo para a extração do produto dura anos, o que implica nas transações comerciais. “O poder público poderia facilitar este processo com menos burocracia. Observem que o setor industrial em Roraima está abandonado. Aqui no Distrito Industrial, só para vocês terem ideia, não tem sequer iluminação pública nem coleta de lixo”, denunciou. (AJ)
Política
Crise na Venezuela deixa setor madeireiro de RR no vermelho
Sem exportar para o país vizinho, vendas caem pela metade e empresários roraimenses ameaçam fechar as portas no Distrito Industrial