Na noite de quinta-feira, 20, detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) foram transferidos para o prédio do Centro de Progressão Penal, situado no bairro Asa Branca, zona Oeste da Capital, onde funcionava o Centro Socioeducativo do Estado (CSE). Conforme informações policiais, quase 80 detentos foram levados para aquele local.
A transferência foi realizada após os últimos confrontos que aconteceram entre facções criminosas que atuam nos presídios do Estado. No domingo, 16, na Pamc, 10 presos foram mortos violentamente. Na tarde de quinta-feira, 20, na Cadeia Pública de Boa Vista (CPBV), presos depredaram parte da estrutura física durante o tumulto que deixou alguns feridos.
A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) tentou efetuar transferências de detentos da Cadeia para a Pamc, quando alguns deles se revoltaram com decisão e iniciaram o conflito, incendiando alguns colchões na área externa das celas, além de promoverem um quebra-quebra na estrutura da unidade prisional. Vídeos feitos de celular, de dentro da Cadeia Pública, mostram o fogo nos colchões e um detento refém sendo ameaçado de morte por outros detentos.
Conforme um agente de carceragem, o intuito das transferências é tentar evitar que ocorram novos enfrentamentos nas unidades prisionais. A intenção era deixar integrantes da facção do Comando Vermelho (CV) na Cadeia e membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Pamc, para que assim o conflito acabe entre os grupos criminosos.
SEJUC – Conforme nota enviada à imprensa, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) explicou que, diante dos últimos acontecimentos que culminaram na morte de 10 detentos da Penitenciária e danos na estrutura física das unidades prisionais, houve a transferência de presos para outros locais. “Por medida de segurança, e para garantir a integridade física dos apenados, a quantidade, os nomes e os locais para os quais foram não serão divulgados”, frisou.
Conforme a Sejuc, não foram registradas mortes após o tumulto da Cadeia Pública de Boa Vista, ocorrido na tarde de quinta-feira, 20. Alguns presos foram feridos, mas receberam cuidados médicos por uma equipe do resgate do Corpo de Bombeiros.
Quanto aos danos à estrutura física da unidade prisional, frisou que equipes trabalham no reparo desde a madrugada. “A direção do sistema prisional trabalha com reforço do efetivo policial nas unidades prisionais da Capital, no sentido de conter os ânimos dos presos diante do conflito existente entre a população carcerária e manter a integridade de todos”, destacou. (T.C)