Na terça-feira, 25, alguns sindicatos entraram na Justiça com mandado de segurança preventivo contra o Governo de Roraima devido ao atraso e o parcelamento salarial dos servidores públicos. Conforme as entidades sindicais, a situação tem provocado inúmeros prejuízos e problemas às famílias dos trabalhadores.
Até o momento, três entidades sindicais já ingressaram com recurso judicial: o Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), o Sindicato dos Enfermeiros (Sindprer) e o Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Estado de Roraima (Sintraima). A previsão é que até hoje outros sindicatos ingressem com a ação, segundo o presidente do Sintraima, Francisco Figueira.
O objeto das entidades é resguardar o direito dos servidores em relação ao parcelamento e atraso de salários. “Não sabemos por que o governo deixou isso acontecer, deixando descontrolado do jeito que está. Queremos receber o nosso pagamento dentro do prazo, que é até o 5º dia útil de cada mês, como diz a lei”, afirmou o presidente.
Segundo ele, servidores da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Humanos (Femarh) não receberam sequer a parcela do pagamento referente ao mês de outubro. “Os funcionários de alguns órgãos, como é o caso da Femarh, estão passando por uma situação crítica”, lamentou.
O atraso e o parcelamento de salários têm refletido diretamente nas famílias dos servidores. “Nós temos contas, gastos com alimentação e transporte. Mas como vamos pagar ou fazer compras se não recebemos o nosso salário?”, questionou Figueira. “Os juros dos bancos só aumentam o valor das dívidas. Com o passar do tempo isso vai se tornar uma bola de neve e vamos ter muitos prejuízos”, complementou.
Ele frisou que os profissionais de todas as categorias do Estado estão indignados com essa situação. “O Governo de Roraima precisa tomar providências emergenciais. Não podemos passar por isso. É um absurdo”, ressaltou. “Sempre valorizamos a nossa profissão e trabalhamos duro para garantir o pão de cada dia, precisamos ser valorizados”.
GOVERNO – Em nota, o Governo do Estado informou que a Procuradoria- Geral do Estado irá se manifestar quando forem notificadas as ações judiciais. “Contudo, o parcelamento dos salários foi uma medida excepcional e temporária devido à crise financeira do País e aos bloqueios judiciais nas contas de arrecadação do Estado”, alegou.
Segundo a nota, a crise também prejudicou o pagamento de salários dos servidores de outros vinte estados brasileiros. “A Secretaria da Fazenda está envidando todos os esforços para efetuar o pagamento até o 5º dia útil do mês subsequente ao trabalhado”. (B.B)