Moradores e professores denunciaram a precariedade na distribuição de merenda escolar e de infraestrutura nas escolas municipais de Caroebe, a Sudeste do Estado. Eles disseram que os itens para a merenda não são entregues em quantidade suficiente e que todos os dias as merendeiras precisam aguardar a entrega para saber se os alunos poderão se alimentar. Quando os alimentos não são entregues, as aulas são interrompidas e os estudantes liberados mais cedo.
“A merenda não é entregue para atender determinado período, e sim a quantidade exata a ser utilizada no dia. Muitas vezes, os itens são entregues às 9h30, que é a hora do recreio, sem haver tempo para o preparo.
Teve dias que as crianças foram liberadas mais cedo porque nada foi levado às escolas”, disse uma moradora mãe de alunos, que preferiu não se identificar.
Esse método de distribuição, segundo os moradores e professores, não oferece garantia que os alunos terão merenda escolar no dia. “Eles enviam um pacote de leite e outro de açúcar apenas para um dia”, disse a moradora, ao considerar que os itens fornecidos são inapropriados para uma boa nutrição. “Muitas vezes há apenas bolacha e suco de fruta para as crianças”, reclamou.
Outro motivo de preocupação apontada por eles é a qualidade da água fornecida aos alunos. De acordo com as denúncias, equipes de saúde realizaram em julho exames que identificaram parasitas causadores de doenças na caixa d’água da Escola Municipal Santa Brunhara Barbosa. “Tenho filhos que estudam naquela escola e estamos preocupados. Exigimos que sejam tomadas providências em prol da saúde dos alunos”, disse um professor que também optou pelo anonimato.
Documentos da análise realizada que comprovam a contaminação da caixa d’água foram enviados à Folha pelos moradores. Eles temem que a situação seja a mesma nas demais escolas da cidade. Além dos problemas com a distribuição da merenda escolar e contaminação da água, defeitos foram apontados no telhado da Escola Municipal Maria Quevedo e da Creche Anjinho da Guarda. “Quando chove, os corredores e salas ficam alagados atrapalhando as aulas”, disse o professor.
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PREFEITURA – O prefeito em exercício de Caroebe, Paulo Cézar Gomes Ortiz (PSDB), afirmou que o município nunca deixou faltar merenda escolar e que a distribuição é feita regularmente. Disse que o cardápio é elaborado por uma nutricionista que prioriza alimentos nutritivos que incluem frutas e outros itens para uma alimentação saudável.
“Não há mais aquela fartura como antigamente, pois o município precisa reduzir gastos diante da crise financeira. Pode não haver um estoque de alimentos, mas estamos mantendo o necessário e não estamos deixando a desejar”, disse o prefeito ao informar que as dificuldades financeiras são decorrentes do atraso de três meses no repasse dos recursos decorrentes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e da diminuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Quanto à água da caixa d’água contaminada, ele explicou que essa caixa é antiga e não está mais sem usada para consumo, apenas para a limpeza da escola. “Atualmente, os alunos e servidores estão consumindo a água filtrada do bebedouro que vem direto da rua”, disse. Sobre o problema no telhado da creche e da escola, ele disse que as telhas são antigas, assim como as de outros prédios municipais, e que precisam ser trocadas.
“Quando há um vento forte com chuva, as telhas sempre apresentam problema e começa a molhar dentro dos ambientes. Não foi possível trocar o telhado de todos os prédios do município”, disse ao frisar que foram feitas algumas reformas, como pintura e recuperação da parte elétrica, mas que todos os problemas não foram solucionados por falta de recursos.
“Nós trabalhamos durante quatro anos dando prioridade à folha de pagamento dos servidores, com atenção aos alunos, mantendo a merenda escolar e outros serviços. Zelamos pelo histórico da cidade”, frisou o prefeito. (A.D)
