Cotidiano

Crise não afeta setor imobiliário e vendas aumentam 20% na Capital

Terrenos em bairros nobres de Boa Vista são os mais procurados, onde estão os imóveis mais caros do Estado

O mercado imobiliário roraimense vive um bom momento. Apesar da crise econômica brasileira, as corretoras locais faturam 20% a mais neste período. Entre os imóveis, os terrenos são os mais procurados e os preços variam de acordo com o tamanho e a localização.

O delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis em Roraima (Creci/RR), Reginaldo Lima, disse ontem que a crise não afetou o mercado imobiliário roraimense, pelo contrário, segundo ele, serviu para estabilizar o preço dos imóveis. “As vendas aumentaram em torno de 20%, principalmente nas transações de terrenos”, confirmou.   

Reginaldo justificou as boas vendas, alegando que Roraima, apesar da crise, não foi atingido em cheio porque a economia do Estado continua girando em torno do contracheque do servidor público. “É dinheiro certo no final do mês. E quem investe em imóvel aproveita este período de crise para comprar mais barato”, explicou.

Os imóveis em bairros nobres, nas zonas Norte e Leste da Capital, são os mais procurados. No bairro Paraviana, por exemplo, está localizada a mansão mais cara da cidade, avaliada em R$ 3,5 milhões. No topo da lista das mansões mais caras aparecem cinco políticos roraimenses.

Mas a alta nas vendas também fez aumentar em 15% o número de denúncias no Creci. O delegado fez um alerta para quem quer comprar ou vender imóveis. Ele informou que o corretor legalizado deve ter a carteira do Creci. Caso não a tenha, avisa o delegado, o falso corretor comete o crime de prática ilegal da profissão e pode ir preso.

Os golpes no mercado imobiliário local são mais frequentes em loteamentos irregulares. Reginaldo também avisou que o Conselho vai intensificar o combate aos falsos corretores. “Estamos fazendo uma parceria com a Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública) para combatermos os ilícitos no campo imobiliário”.

Outra infração muito comum que ocorre na Capital, conforme o delegado, é a venda irregular de lotes. O dono da gleba, explica Reginaldo, separa os lotes, mas não vai ao Cartório de Registro fazer o devido desmembramento. E a transação fica apenas no contrato de compra e venda, o que não é garantia. “Só é dono quem registra”, observou.

Alguns falsos corretores também vendem terrenos dos outros, ou vendem o mesmo terreno para mais de uma pessoa. O delegado orienta as pessoas a ligarem para o 3623-0491 antes de comprarem ou venderem um imóvel. Os profissionais do Creci auxiliam nas negociações. (AJ)