Cotidiano

Funerária troca o corpo de uma das vítimas de assassinato em Caracaraí

Ao abrir o caixão na hora do velório, família descobriu que não se tratava do corpo de Gleudner Márcio, mas sim do outro que foi assassinado

A família de Gleudner Márcio Alves de Lima, 36 anos, morto na madrugada de segunda-feira, 31, em Caracaraí, Centro-Sul do Estado, tomou um grande susto ao abrir o caixão, durante o velório, e perceber que nele não estava o corpo do parente, mas o de outra pessoa. Os familiares pretendem entrar na Justiça contra os responsáveis pelo engano.

O corpo que estava no caixão, na verdade, era de Reginaldo dos Santos Amorim, que também foi assassinado no mesmo dia e local. Conforme o Instituto Médico Legal (IML), a troca ocorreu na funerária responsável pelo preparo dos corpos para o sepultamento.

A sobrinha de Gleudner, Anny Lima, disse que o pessoal da funerária está colocando a culpa na família, afirmando que o erro aconteceu no momento do reconhecimento do corpo. “Quando abriram o caixão, vimos que não era o meu tio. A gente vai entrar na Justiça contra os responsáveis por causa do constrangimento e do sofrimento que isso causou a nossa família”, afirmou.

Outro problema relatado por Anny foi em relação ao embalsamento do corpo. “Pagamos para embalsamar o corpo dele, mas isso não aconteceu. Na verdade, embalsamaram o corpo de outra pessoa. Tivemos que enterrá-lo às pressas, na manhã de ontem, porque já estava começando a ficar com mau cheiro”, complementou.

A irmã de Gleudner, Gleidy Lima, disse que o acontecimento é uma total falta de respeito com os familiares. “Estamos todos em sofrimento e, quando o corpo chega aqui, descobrimos que não é o do nosso irmão. Estamos desamparados”, disse.

FUNERÁRIA – A Folha entrou em contato com a funerária responsável pelos serviços do enterro, que reafirmou que o erro teria ocorrido na hora do reconhecimento do corpo pela família. No entanto, a diretora do IML, Marcela Campelo, informou que, na segunda-feira, 31, foram liberados três corpos para a funerária de Caracaraí, com a documentação correta para cada corpo.

“Dessa forma, resta comprovado que o erro não aconteceu na liberação do IML. Contatada, a própria funerária reconheceu que a troca ocorreu em Caracaraí, na hora da entrega do corpo à residência dos familiares”, comentou.

O CASO – Na madrugada desta segunda-feira, 31, moradores do Município de Caracaraí, a 150 Km da Capital,  acordaram assustados com um duplo homicídio e uma tentativa de homicídio que ocorreu em uma residência.

As vítimas fatais foram Gleudner Márcio Alves de Lima, o “Neco”, de 36 anos, e Reginaldo dos Santos Amorim, 30 anos. O idoso Manoel Marcos da Silva, conhecido como “Rio Branco” ou “Americano”, de 80 anos, proprietário da casa onde os crimes aconteceram, teve uma faca cravada no peito, mas não morreu. O crime foi cometido por uma quarta pessoa, que está detida. (B.B)