Servidores do Hospital Délio Tupinambá, no Município de Pacaraima, região Norte do Estado, na fronteira com a Venezuela, afirmam que a unidade não tem mais condições de atender a alta demanda de pacientes. Os funcionários apontam imigração venezuelana e a falta de ambulâncias como as principais causas do problema.
“A situação está critica aqui no hospital, principalmente por conta do aumento expressivo nos atendimentos aos venezuelanos, que a todo o momento cruzam a fronteira. Já não temos como segurar a demanda que cresce a cada dia. Está muito complicado fazer os atendimentos”, relatou um servidor da unidade de saúde.
Segundo ele, o povo venezuelano está sendo contaminado com várias doenças. “Essas pessoas estão largadas à própria sorte. Elas estão sem se alimentar corretamente e apresentam índices de baixa nutrição, principalmente as crianças e os adultos”, complementou.
Outro problema relatado por ele é em relação à falta de ambulância na unidade. “Para piorar a situação, a ambulância não está funcionando, se encontra quebrada no pátio do hospital. Os casos mais graves, em que é necessária a remoção do paciente, estão sendo resolvidos com carros particulares”.
Os funcionários pedem providências emergenciais do Governo do Estado. “Como vamos trabalhar sem ter como prestar um atendimento digno á população do município de Pacaraima? E quanto as famílias venezuelanas?”, questionou o servidor. “Não podemos ficar nesta situação, os nossos governantes precisam fazer alguma coisa”, concluiu.
A Folha tentou entrar em contato, por telefone, com o presidente do Sindicato dos Profissionais em Enfermagem (Sindiprer), Melquisedeque Menezes, para saber o posicionamento da entidade em relação ao problema. No entanto, até o fechamento desta matéria, às 18h de ontem, 2, não obtivemos resposta.
GOVERNO – Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que os atendimentos no Hospital Délio de Oliveira Tupinambá, em Pacaraima, praticamente triplicaram nos últimos meses em função do fluxo migratório venezuelano. “Atualmente a unidade atende mais pacientes do país vizinho do que brasileiros”.
No mês passado, a pedido do Ministério da Saúde, a Sesau afirmou que listou as necessidades da unidade para garantir qualidade nos atendimentos. “Mas ainda estamos aguardando uma resposta do Governo Federal”, diz a nota.
Segundo a Sesau, a unidade tem atendido às demandas dentro de suas possibilidades. “No caso específico da remoção dos pacientes para a Capital, estamos providenciando um remanejamento de ambulâncias para possibilitar o atendimento à população local, o que está previsto para ocorrer ainda neste mês”, destacou. (B.B)