Depois que o INEP (Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) confirmou que prova da edição Enem 2016 (Exame Nacional do Ensino Médio) não será aplicada em escolas ocupadas por estudantes contrários ao projeto de reforma do ensino, proposto pelo Governo Federal, o Ministério Público Federal do Ceará (MPF-CE) entrou com uma ação civil pública para suspender o exame, que será aplicado para mais de 8 milhões de candidatos neste final de semana.
Sem saber se haverá ou não a prova, candidatos ficam na expectativa em relação ao resultado da ação judicial. Vitória Moura, de 18 anos, é uma dessas pessoas. Ela pretende fazer o Enem para cursar licenciatura em Espanhol.
À FolhaWeb, a estudante relatou que a possibilidade de suspensão da prova pode afetar o psicológico de quem se preparou para o dia da prova. “Não é bom para os alunos o adiamento da prova , porque os estudantes se preparam durante todo o ano. Estamos ansiosos para realizar essa prova, que define o nosso futuro. O medo é o atraso, o resultado pode ser modificado, algo que podemos sofrer até na hora de ingressar na faculdade”, observou.
Apesar da situação, existem aqueles alunos que acham que o adiamento pode vir a calhar para quem não teve tempo de se dedicar aos estudos. É o caso de Mikaelly Oliveira, 17 anos. A jovem, que pretende cursar Comunicação Social, disse que, caso a prova seja adiada, vai utilizar o tempo livre para se preparar melhor. “Existe o lado bom da mudança, mais tempo para estudar”.
Outra estudante, Thally Yasmim, 19 anos, disse que se inscreveu no Enem mesmo fazendo faculdade de Enfermagem com o objetivo de conseguir uma bolsa que auxilie a pagar da faculdade particular que frequenta.
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“Como eu já estou cursando Enfermagem, eu não estudei. Mas caso ela seja adiada vou usar esse tempo para me preparar para a prova de redação, acho que o tema da vai ser bem óbvio pra quem lê e assiste jornais e se atenta aos detalhes, mas quem não estudou como eu pode ser difícil” comentou.
ENTENDA O CASO
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou, na tarde desta terça-feira, 01º, que 191.494 dos 8,7 milhões de inscritos para o exame não poderão fazer a avaliação na data marcada, por causa das 304 ocupações em colégios listados como locais de provas em todo o Brasil.
O procurador Oscar Costa Filho, pediu na quarta, 02, a suspensão do Enem, por considerar que adiamento das provas para um grupo de pessoas pode ferir a isonomia do exame, ou seja, não oferecer as mesmas condições a todos os candidatos.
