Polícia

Guardas municipais são vítimas de atentado na Praça Mané Garrincha

Dois tiros foram disparados contra a guarita onde os guardas estavam; Eles não ficaram feridos

Na madrugada de ontem, 13, dois guardas municipais que realizavam a segurança da Praça Mané Garrincha, no bairro Tancredo Neves, zona Oeste da cidade, foram vítimas de atentado. Dois homens se aproximaram da guarita onde os guardas estavam e efetuaram dois disparos. Um guarda municipal se jogou no chão para escapar dos tiros, enquanto a colega estava no alojamento.

Conforme superintendente interino da Guarda Municipal, inspetor Franco, um dos criminosos se aproximou da guarita pela parte da frente e atirou uma vez, enquanto o outro foi pela parte de trás e efetuou o segundo disparo. “Foi um milagre nosso colega não ter sido atingido. Os elementos com certeza atiraram para matar”, ressaltou.

Ainda de acordo com Franco, o guarda conseguiu alertar a parceira de serviço para que não saísse de dentro do alojamento. “No momento que os disparos aconteceram, era pouco mais de meia noite, quando a praça já estava esvaziando. Os criminosos se aproveitaram da situação”, salientou.

O superintendente interino acredita que o fato de o local ser ponto de comercialização de drogas tenha contribuído para o atentado. “Como estamos fazendo um trabalho ostensivo que combate o tráfico de drogas no local, os criminosos estão incomodados e creio que o motivo para a investida contra a equipe de segurança seja esse”, destacou. Com a implantação da guarita na praça, a ocorrência de crimes, como o tráfico de drogas, diminuiu.

Um dos guardas municipais que sofreu o atentado detalhou a situação de tensão que viveu na madrugada de ontem. Ele, que é casado e pai de 4 filhos, disse que, quando percebeu o criminoso apontando a arma para a guarita, correu para os fundos do local, mas logo viu o segundo atirador e se jogou no chão.

“Naquele momento um dos tiros atingiu o vidro da janela da guarita e estilhaços caíram sobre mim. Acreditei nessa hora que havia sido atingido, mas por sorte não aconteceu nada nem comigo e nem com minha colega de plantão”, lembrou o guarda, que preferiu não se identificar.

Uma equipe da Polícia Civil esteve no local realizando perícia e recolheu os projéteis das balas, para verificar de que tipos de revólveres foram disparadas.

SINDICATO – O presidente do Sindicado Estadual dos Guardas Municipais de Roraima, Julierre da Silva, destacou que os equipamentos de segurança a que os guardas têm acesso não são suficientes para a realização do trabalho de segurança da população da capital. “Solicitamos há um tempo a instalação de insulfilm nas janelas de vidro das guaritas para resguardar a segurança das equipes de guardas e, principalmente, armamento letal. É muito desproporcional essa situação. Estamos brincando de fazer segurança, pois quando um marginal nos ataca com arma de fogo temos apenas cassetetes e arma de choque para nos proteger”, ressaltou.

Ele citou que há uma lei que permite o uso de arma de fogo por guardas municipais, mas que até o momento não tiveram acesso ao armamento.

PREFEITURA – A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista questionando o porquê do não uso de arma de fogo por parte dos guardas, já que a Lei Federal já regulamenta essa situação. Por meio de nota, esclareceu que a Guarda Civil Municipal está no aguardo da autorização completa para uso de armas de fogo. No início deste ano, a Prefeitura assinou um convênio com a Polícia Federal que concede o porte desse tipo de armamento aos guardas civis.

“Todas as etapas de competência da GCM já foram concluídas, o que inclui avaliação psicológica e exames de tiro. Inclusive, já foram emitidos pareceres favoráveis à cessão do porte de armas a membros da corporação, sendo autorizado o uso da espingarda calibre 12, faltando apenas a autorização para uso da pistola calibre 380. O Executivo Municipal está aguardando a chancela da Superintendência da PF, que está fazendo as últimas análises”, destacou a nota.

Referente ao atentado ocorrido na madrugada de domingo, 13, na Praça Mané Garrincha, “a Prefeitura acredita ser um fato isolado, porém muito preocupante”. “A Guarda Civil Municipal vai tomar todas as providências necessárias, o que inclui deixar uma viatura de prontidão na localidade”, concluiu. (T.C)