Após o assassinato de dois policiais militares de Roraima em três dias, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dagoberto Gonçalves, anunciou a criação de uma força-tarefa para atuar na guerra contra o crime organizado na Capital e reestabelecer a segurança dos agentes e da população. Outras medidas anunciadas são o retorno de 30 agentes da Força Nacional que atuavam em outros estados e a chamada de 70 aprovados no concurso da PM.
À Folha, o coronel informou que a força-tarefa funcionará como medida de curto prazo e resposta às mortes dos dois PMs. “Deliberamos algumas medidas para o reestabelecimento da ordem e controle. São medidas gerais dos órgãos de segurança e internas, porque é o segundo policial militar assassinado. Será criado um organograma e atribuições de funções dos policiais e canais de comando para coordenar as ações”, disse.
Conforme ele, as folgas serão reduzidas no período e as operações intensificadas em pontos estratégicos para conter o crime organizado na Capital. “A PM tem a sua missão condicional da segurança pública de policiamento ostensivo e preventivo e essas escalas continuarão normais, porém essa força-tarefa vai pegar esses policiais que estamos pedindo apoio à tropa, fazendo outras escalas. Serão feitas operações em pontos específicos, nas manchas de criminalidade onde temos informações”, destacou.
O comandante explicou que serão montadas barreiras em perímetros da Capital e de outros municípios, em locais indicados de acordo com o trabalho de inteligência dos órgãos de segurança. “Faremos ações pontuais e específicas de acordo com as informações da inteligência, e também um policiamento reservado em apoio e suporte à segurança dos próprios policiais, nesse caso um grupo de PMs de folga descaracterizados que darão apoio”, comentou.
CONVOCAÇÃO – “Estamos desmobilizando os últimos 30 policiais que mantínhamos na Força Nacional, já solicitamos que eles voltem e sejam empregados no reforço ao Estado. Além disso, a governadora [Suely Campos, do PP] autorizou o imediato início do curso de formação de soldados de 70 candidatos que estão com todas as fases prontas esperando apenas a aceleração da licitação para os instrutores”, ressaltou o comandante da PM.
Os aprovados no concurso devem iniciar o curso de formação ainda este mês. “Como é uma questão emergencial, iremos começar o curso com instrutores voluntários e espera-se que comecem ainda neste mês de novembro. São 70 PMs que em três ou quatro meses usaremos em missão. Seis meses será o tempo de formação, então é um ganho de efetivo. Veremos a possibilidade de no ano que vem lançarmos um outro edital”, frisou.
Gonçalves informou que os presídios também serão alvos de ações contra o crime organizado. “Fizemos uma revista minuciosa na Penitenciária Agrícola ontem e iremos continuar, já que as informações indicam que partiram de lá as ordens para matar os policiais. Vamos continuar apertando o sistema prisional, pois essas são medidas de curto prazo que esperamos para reestabelecer a segurança dos próprios agentes e também para devolver a tranquilidade para a sociedade”, disse.
ALERTA – Para o comandante, a morte de dois soldados da PM serve como alerta para outros policiais. “O alerta continua e acelerar-se, porque trata-se de policiais militares e neste momento as facções criminosas declararam guerra e ameaça contra os PMS, então qualquer um pode se valer disso para atentar contra agentes de segurança”, enfatizou.
O coronel pediu a compreensão da população durante as operações: “Queria pedir a compreensão e o apoio da sociedade para entender essas operações que não são retaliações, mas somente procurando reestabelecer a ordem e a normalidade. O objetivo é justamente identificar, isolar e combater os criminosos que insistem em romper a tranquilidade no nosso Estado”, pontuou. (L.G.C)