Política

Eletrobras está preparada para assumir fornecimento de energia de todo o Estado

A partir do dia 1º de janeiro, a empresa se torna a responsável pela distribuição dos serviços elétricos nos 15 municípios do Estado

Conforme determinação do Governo Federal, a partir do dia 1º de janeiro, a Eletrobras assumirá a concessão de energia elétrica do Estado de Roraima. Diante do caso, o presidente da Eletrobras Roraima, Anselmo de Santana, disse que a empresa está acompanhando o processo e trabalhando para que não haja descontinuidade do serviço já prestado pela Companhia Energética de Roraima (CERR).

O presidente disse que a empresa está se preparando com processos para atuar na área de geração e em toda a parte de logística. Ele informou estar ciente de que pode haver situações pontuais, mas que irão atuar seguramente. “Não tenho preocupação quanto a isso, os funcionários são preparados. Tenho experiência nesse tipo de incorporação por já ter participado de casos em outros Estados”, disse.

Em relação ao serviço que a CERR realiza junto às comunidades indígenas e ribeirinhas localizadas no interior e em regiões de difícil acesso, Santana ressaltou existir um plano governamental de universalização da energia elétrica e que as comunidades serão atendidas, como também expandidas. Conforme relato, a Eletrobras atuará onde existir uma comunidade que precise de energia.

Anselmo Santana enfatizou a importância de a população continuar economizando energia e do comparecimento junto à empresa, seja para negociar dívidas ou para receber orientações de como economizar. “A empresa não quer ficar distante dos consumidores. Está na hora de uma integração maior entre empresa e consumidor, temos aqui algo que nos une, já que diversas residências em Roraima estão conectadas a Eletrobras por um fio elétrico”, frisou.

GOVERNO FEDERAL – Em relação ao caso, tanto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como o Ministério de Minas e Energia reforçaram a decisão do MME de não renovar a concessão da CERR a partir do dia 1º de janeiro. O Ministério de Minas e Energia informou ainda que “não há risco de descontinuidade no fornecimento de eletricidade às populações atendidas por nenhuma das duas empresas”. (A.G.G)

CERR garante que lutará por concessão até o último dia

Ao mesmo tempo em que fizeram os pedidos de prorrogação da concessão ao Ministério de Minas e Energia, a Companhia Energética de Roraima (CERR) também entrou, junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com uma ação pedindo a anulação da portaria que não renovou a concessão da empresa. Apesar de a prorrogação ter sido concedida, o ministro do STJ não concedeu a liminar à CERR. “Tem chance de a gente ganhar, mas não podemos adivinhar o que a justiça vai decidir”, disse o presidente Augusto Iglesias.

Ele informou que a empresa também está realizando um trabalho político que será desenvolvido em parceria com a bancada federal e lideranças indígenas. Iglesias enfatizou que a luta é difícil, mas que a empresa está trabalhando juridicamente e politicamente. “A CERR tem 47 anos de existência, iremos lutar até o último dia para que ela continue prestando este serviço”, disse.

Segundo Iglesias, como as grandes prejudicadas da privatização serão as comunidades indígenas, os líderes estão fazendo abaixo assinado para não haver a perda da concessão. “Uma empresa privatizada vai pensar apenas em lucro. Todo dia tem tuxaua com essa preocupação no órgão”, pontuou. A CERR, junto ao Governo do Estado, presta serviço de energia social às comunidades.

Conforme o presidente, com o prazo do término da concessão marcado, a situação da empresa não está fácil, uma vez que os credores só querem receber à vista. O diesel que compram da Petrobras para abastecer os municípios de Amajari, Normandia, Uiramutã e Surumu está sendo pago à vista.

REUNIÃO – O presidente da CERR informou que haverá uma audiência nesta semana em Brasília, com o Ministério de Minas e Energia e com o Superior Tribunal de Justiça, que contará com a presença de quatro lideranças indígenas que externarão a preocupação das comunidades aos ministros. Apesar da conquista da prorrogação duas vezes, a empresa almeja uma vitória maior ou a própria anulação. “A preocupação é com os empregados e com os povos que serão mais atingidos. Às vezes não dá lucro, mas é o nosso trabalho gerar energia para essas famílias”, ressaltou Iglesias. (A.G.G)