Cotidiano

Delegada alerta pais para crimes em redes sociais envolvendo crianças

Na semana passada, mais de 60 adolescentes e até crianças de 12 anos foram apreendidos em uma festa clandestina, em uma chácara no bairro Bela Vista, na zona Oeste da Capital. Os menores foram convidados pelas redes sociais Facebook e WhatsApp. Mais de mil pessoas estavam no local.

Se por um lado a era digital facilita para o ser humano, por outro ela pode ser muito prejudicial, se utilizada de forma errada. E é o que vem acontecendo em muitos casos, em Boa Vista, como o caso acima. Criminosos formam grupos nas redes sociais para aliciar menores de idade e até para praticar pedofilia. Inúmeros casos já foram registrados na polícia.

A delegada Jaira Faria, titular do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA), orienta os pais a monitorarem os filhos, crianças e adolescentes, nas redes sociais. Ela alerta que há assédio e outros crimes sendo praticados pela internet, entre eles a pornografia infantil, prostituição infanto-juvenil e pedofilia.

“Os pais podem sim monitorar as redes sociais dos filhos, principalmente os adolescentes. Os responsáveis devem fazer isso sempre e orientar os filhos, informar eles sobre os riscos que a internet pode trazer. Até 18 anos, os pais têm a tutela dos filhos”, observou a delegada.

Jaira orientou os pais a denunciarem à polícia caso descubram algum material pornográfico, ou até conversas sobre sexo ou drogas dos filhos com adultos. “É crime mandar foto nu para menores. Também é crime receber fotos de menores despidos, qualquer material pornográfico e de cunho sexual”, alertou.

Para denunciar crimes de natureza sexual contra crianças e adolescentes, o cidadão pode ligar para o disque 100 ou para o 190, da Polícia Militar. O denunciante também pode ir à delegacia, Ministério Público ou conselho tutelar. “Tem que denunciar”, reitera a delegada.

Os últimos números divulgados pelo NPCA, em setembro passado, apontaram mais de 500 ocorrências somente este ano contra o público infanto-juvenil. Os dados assustam: 70% referem-se a estupro de vulnerável, ou seja, crianças menores de 12 anos abusadas sexualmente. (AJ)