Cotidiano

31 de Março, Aparecida e Calungá são os mais infestados de Aedes Aegypti

Depósito domiciliar é o maior responsável pela proliferação de mosquitos que transmitem dengue, chikungunya e zika vírus

Último resultado do Levantamento Rápido de Índice de Infestação de Aedes Aegypti (LIRAa), realizado em outubro, classificou Boa Vista com médio risco para transmissão da dengue, chikungunya ou zika, com um índice de 2,1%. O estudo mostra que, dentre os 51 bairros avaliados, aqueles localizados em áreas centrais são os que possuem o maior Índice de Infestação Predial (IIP).

O bairro 31 de Março, com índice de 37,50%, e o Aparecida, com 9,90%, ambos na zona Norte, aparecem em 1º e 3º no ranking. O Calungá, na zona Sul, ocupa a segunda posição, com 13,33%. Todos esses bairros ficam próximos ao Centro de Boa Vista.

Outros 10 bairros também apresentam alto risco para doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, ou seja, com índice superior a 3,9%: Distrito Industrial (zona Sul), São Francisco (zona Norte), Cinturão Verde, Nova Cidade, Bela Vista, Jardim Primavera, Olímpico, Pricumã, Caimbé e Santa Teresa (todos na zona Oeste).

Aqueles com índice de 1% a 3,9% são considerados de médio risco. Existem 17 bairros se enquadram neste padrão: Asa Branca, Alvorada, Raiar do Sol, Operário, Centenário, Nova Canaã, Tancredo Neves, União, São Bento, Liberdade, Caranã, Senador Hélio Campos, Buritis (todos na zona Oeste), 13 de Setembro (Zona Sul), Caçari (zona Leste) e Estados (zona Norte), além do Centro.

Os bairros Professora Araceli, Santa Luzia, Jardim Equatorial, Mecejana, Dr. Silvio Leite, Pintolândia (todos na zona Oeste) e Paraviana (zona Norte) apresentam baixo risco, ou seja, com índice inferior a 1%. Conforme a pesquisa, os demais bairros avaliados não apresentam índice de infestação [0%]: Cambará, Cidade Satélite, Airton Rocha, Jardim Caranã, Jóquei Clube, Jardim Floresta, Piscicultura, Jardim Tropical, Sílvio Botelho (todos na zona Oeste), São Vicente (zona Sul), São Pedro, Canarinho (ambos na zona Leste), Aeroporto e Cauamé (ambos na zona Norte).

Terrenos baldios representam riscos

No bairro Santa Tereza, apontado pela Prefeitura de Boa Vista com uma das regiões com alto índice de infestação do Aedes aegypti, uma moradora da Rua Acari, que preferiu anonimato, disse que o terreno baldio ao lado de sua casa representa problemas para sua família.

“Os donos deveriam ter mais cuidado. O mato está enorme e tem muita sujeira, como latas e sacolas plásticas. Na minha casa sempre tem muitos mosquitos e ratos. Ficamos preocupados porque temos crianças aqui e sabemos que os mosquitos podem transmitir doenças graves”, comentou.

Segundo ela, a família sempre faz a limpeza do quintal para evitar a proliferação de mosquitos. “Procuramos não deixar água parada e nem deixar lixo espalhado pelo terreno. O problema é que se as pessoas não tiverem a consciência de cuidar da sua casa, esse problema vai continuar”, argumentou.

Prefeitura afirma que agentes estão atuando e pede apoio da população

Por meio de nota, a Prefeitura de Boa Vista informou que, após o resultado do LIRAa, os agentes de endemias já estão atuando nos bairros com maior índice de infestação. Em relação aos terrenos baldios, afirmou que o apoio da população é essencial.

“Não se deve jogar lixo e entulho nas ruas, pois a limpeza da cidade é de responsabilidade dos habitantes. A população também pode denunciar terrenos baldios que acumulam lixo e mato ou até mesmo moradores que jogam lixo na rua, ligando para a Central de Atendimento 156”, frisou.

Após a denúncia, os responsáveis serão notificados a tomar as devidas providências, como a limpeza do local, a notificação ao dono ou morador do terreno e também a aplicação de multa.

A Secretaria Municipal de Saúde destaca que o controle do Aedes é uma ação conjunta entre o poder público e a sociedade. “A equipe da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses está desenvolvendo blitze educativas nos bairros da Capital, informando a população sobre os criadouros, as maneiras de evitar e eliminar a infestação, além de fazer visitas domiciliares para orientar os moradores sobre o assunto”. (B.B)