Cotidiano

Alta da cesta básica leva roraimense a aderir às compras em ‘atacarejo’

Para driblar a crise, consumidor tem evitado comprar produtos em unidades e optado por comprar no atacado

Boa Vista possui a cesta básica mais cara da região Norte e a 7ª mais cara do País. Por conta disso, muitos consumidores têm tentado fugir da alta nos preços dos produtos e optado por uma modalidade de compras que se tornou a preferência de muitos: o “atacarejo”, uma mistura de vendas no atacado e no varejo.

Ao invés de comprarem produtos em unidades, por quilo ou em pequenas quantidades, a opção tem sido comprar aos fardos, o que garante uma economia no valor final da compra. Isso ocorre porque os preços de vendas no varejo são superiores aos do atacado.

A tendência vem sendo seguida não apenas em Roraima, mas em todo o Brasil. Uma pesquisa feita pela consultoria Nielsen, o formato “atacarejo” ultrapassou, pela primeira vez na história, o segmento de supermercados no hábito dos brasileiros. Conforme o estudo, que reuniu as grandes do atacarejo, 46,4% dos domicílios fazem compras em lojas desse formato. No ano passado, o formato já havia superado os hipermercados.

O atacarejo é o único tipo de loja que continua observando crescimento no volume de produtos vendidos este ano, de acordo com os dados do levantamento. As vendas em volume cresceram 14,4% entre janeiro e setembro de 2016 na comparação com igual período do ano passado, enquanto os outros tipos de varejo juntos tiveram uma queda de 4,2% nas vendas em volume.

Para os consumidores roraimenses, o alto custo de produtos que compõem a cesta básica é o principal fator para a mudança. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o conjunto básico de alimentos na Capital custa atualmente R$ 441,05. Produtos como leite, manteiga e tomate têm sido os grandes vilões da cesta.

A dona de casa Fernanda Costa costumava fazer as compras semanalmente, sempre no varejo. Mas, com o aumento no preço de muitos produtos, optou por migrar para o atacado. “Eu gastava quase R$ 150,00 por semana comprando de pouquinho. Foi quando comecei a perceber que se comprar de muito eu ganho desconto e economizo mais”, disse.

O formato de compras tem sido mais viável principalmente para comerciantes. “Eu tenho um comércio e me acostumei a comprar no atacado. Para mim compensa mais e é melhor. Eu compro entre duas a três vezes por semana nesse modelo e economizo cerca de 20% do que se comprasse no varejo”, relatou o empresário José Pereira Maia.

Além de gêneros alimentícios, o atacado também é mais rentável para quem precisa comprar bebidas. “Tenho um comércio e para mim compensa mais comprar no atacado. Pesquiso em vários atacarejos para encontrar o produto, mas sempre no atacado. Dependendo da compra e do produto, consigo economizar bastante”, disse o proprietário de uma loja de bebidas, Urlei Carvalho. (L.G.C)