Funcionários da empresa terceirizada Passos Revedutti, que presta fornecimento de alimentação para o Hospital Geral de Roraima (HGR), realizaram agora há pouco um protesto em frente a sede da empresa, localizada no bairro Mecejana, zona Oeste da capital.
À FolhaWeb, eles informaram que estão há cerca de dois meses com os salários atrasados. Até o momento, apenas R$ 200 reais do piso mínimo do salário foi repassado às contas dos servidores, que se dizem inconformados com a situação.
“É uma situação humilhante. Já não temos condições de continuar trabalhando. Tem colegas que estão sendo despejados de casa, porque não tem como pagar aluguel. Cadê o respeito como o trabalhador?”, questionou uma servidora que não quis se identificar.
Segundo outro servidor, a empresa teria informado que o atraso se deu em parte por culpa da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), que não repassou o valor referente à prestação do serviço ao HGR, e que regularizará a situação na próxima semana.
“A direção da empresa informou que na quarta ou na quinta-feira que vem, 14 ou 15, fará o pagamento referente ao mês de outubro e que, até o dia 20, repassará o valor de novembro e a outra parcela do décimo terceiro”, disse.
Outro problema relatado pelos funcionários de respeito às pressões a quais são submetidos quase que diariamente. Sem ter dinheiro para transporte, muitos estão tendo dificuldades para chegar até o local de trabalho, o que acaba resultando em descontos na folha de pagamento por atrasos de horário.
“Se você falta ao trabalho, eles te descontam R$ 60 de seu salário e até mesmo os atrasos de minutos estão sendo motivos para penalização. O Fato é que não tem como o funcionário vir trabalhar sem dinheiro no bolso. Caso não haja nenhuma resposta satisfatória, vamos paralisar os serviços por mais tempo”, relatou outro servidor.
O OUTRO LADO
A FolhaWeb entrou em contato com a empresa Passos Ravedutti e foi informada que a diretoria só teria uma resposta sobre a questão no final do dia.
Já a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou, em nota, que as obrigações trabalhistas são de responsabilidade das firmas terceirizadas, cujo contrato prevê que o pagamento dos funcionários seja garantido ainda que a prestadora de serviço deixe de receber por 90 dias consecutivos os repasses, o que não foi o caso citado pela reportagem.
A secretaria garantiu ainda que já está tomando providências junto a empresa para regularizar a situação dos salários atrasados o mais breve possível. “A Sesau acompanha o cumprimento desta cláusula, bem como a execução dos serviços, para garantir que o serviço prestado não sofra prejuízo”, concluiu.