Cotidiano

Pacientes diabéticos denunciam falta de insulina no Hospital Coronel Mota

Pacientes denunciam a falta de insulina na farmácia do Hospital Coronel Mota (HCM), no Centro. Os diabéticos reclamam que há mais de três meses falta a medicação Lantus. Há seis meses, eles também não conseguem pegar glicofitas, que são tiras reagentes utilizadas para determinar a quantidade de glicose no sangue.
A medicação é fundamental no controle da doença e, se não tomada, conforme prescrição médica, coloca em risco a saúde do paciente. Ontem à tarde, um aposentado de 69 anos, que preferiu não se identificar, reclamou da falta dos remédios. “Eu dependo dessa medicação. Minha saúde corre risco, mas não consigo as medicações aqui no Coronel Mota. Os atendentes só informam que não tem e que não há previsão para chegar. É um crime o que fazem com a gente. Não tenho condição de comprar o remédio, que é caro”.
As glicofitas devem ser usadas pelos pacientes pelo menos duas vezes ao dia e custam R$100,00  o tubo com 50 unidades. Já a insulina Lantus custa R$ 115,00 o refil para cinco dias de tratamento. As gricofitas são essenciais para o controle do diabetes nas pessoas que dependem do uso continuado de insulina. Já o Lantus, que também é essencial, deve ser distribuído gratuitamente nas unidades de saúde de todo país.
Uma decisão judicial tomada no ano passado, quando o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação, determinou a concessão do remédio pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Mas o fornecimento da insulina no HCM não ocorre desde julho deste ano”, lamentou o aposentado.
A vantagem do Lantus é que seu efeito tem longa duração. A medicação é capaz de manter a glicemia em valores adequados por muito mais tempo que uma insulina normal. Com isso, o diabético só injeta a dose uma vez ao dia. “Já fui em várias unidade de saúde do Estado, mas não consegui o remédio. Não tenho condições de comprá-lo. Minha saúde fica cada vez mais debilitada. O que eu faço? Quem pode me ajudar?”, questionou o aposentado.
SESAU – Em relação à demanda de falta de insulina Lantus e das fitas glicêmicas no Hospital Coronel Mota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que os itens foram licitados. No entanto, os processos estão sendo adequados à determinação do Tribunal de Contas do Estado, de suspensão da contratação e do empenho de vários processos até a adequação de possíveis sobrepreços.
Em relação à Insulina Lantus, a Coordenação-Geral de Assistência Farmacêutica (CGAF) não tem disponível no estoque, mas dispõe das insulinas NPH e da Regular. Para que o paciente não tenha o tratamento prejudicado, este deverá procurar um médico endocrinologista para consultar sobre a possível substituição da receita. (AJ)