Polícia

Morte de servidora pode estar ligada a esquema de desvio de verbas públicas

A Polícia Federal não descartou 'queima de arquivo'. Ossada de Hadácia Silva Alves foi encontrada em abril deste ano

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira, 15, o delegado da Polícia Federal em Roraima, Alan Robson Ramos, informou não descartar a possibilidade da morte da ex-secretária de saúde do Cantá, Hadácia Silva Alves, de 29 anos, ter ligação com o esquema de desvio de verbas públicas que foi descoberto na Operação Libertatem. 

Conforme Ramos, todos os investigados que foram conduzidos à sede PF estão sendo questionados sobre a morte da ex-servidora pública e que o órgão já iniciou a analise dos documentos apreendidos.  

“E possível que novos dados sejam trazidos para elucidar esse crime, mas a princípio tratamos como possível queima de arquivo”, afirmou o delegado.

Hadácia Silva Alves havia sido vista pela ultima vez no dia 17 de fevereiro deste ano. No último contato feito a uma amiga, a ex-secretária de saúde informou que iria para um sítio para tratar da venda de um terreno no dia seguinte, 18.

No dia 19 de abril, jovens que faziam a gravação de um vídeo institucional para uma igreja em uma fazenda próxima da BR-401, tomaram um susto, quando se depararam com uma ossada humana, em uma área de mata do município.

A confirmação de compatibilidade só veio a ocorrer no dia 20 do mesmo mês, por meio de exame de arcada dentária feita pelo Instituto Médico Legal (IML).

 

SOBRE A OPERAÇÃO

Deflagrada nas primeiras horas desta manhã, a Operação Libertatem investiga esquema de fraudes em licitações no município do Cantá, localizado na região Centro-Leste do Estado.

Foram cumpridos na operação 51 mandados de condução coercitiva, 51 mandados de busca e apreensão e 09 mandados de afastamento do cargo público.

Os mandados foram cumpridos tanto no Cantá quanto em Boa Vista. Os alvos foram as residências de integrantes de empresas beneficiadas em fraudes, funcionários públicos e políticos.

Estima-se que o grupo desviou cerca de R$ 20 milhões dos cofres do município, dinheiro proveniente da saúde e educação. A prefeita do Cantá, Roseny Cruz, a Rose do Zaca (Dem), foi uma das autoridades levadas pela PF.

Os investigados serão indiciados de acordo com o grau de participação na associação criminosa pelos crimes que segundo apuração feita pela Folha envolve corrupção passiva, ativa e tráfico de influência.