O deputado Remídio Monai (PR) disse que construir a viabilidade do projeto Arco Norte está sendo uma tarefa árdua devido à falta de interesse da classe política de Roraima em abraçar o projeto, que visa interligar os estados de Roraima ao Amapá e ao Pará através da BR-210.
“Não tenho conseguido sensibilizar a classe política do Estado de Roraima a entrar nessa missão, mas o projeto está andando e me preocupo desde agora porque lá na frente vai depender de orçamento e a classe política, a governadora, os senadores e os deputados federais precisam estar engajados na viabilidade desse projeto”, disse em entrevista ao programa Agenda Parlamentar de sábado pela Rádio Folha AM 2010.
“Infelizmente, por ser uma tarefa difícil, não está havendo a união pela classe política do Estado, e esse projeto não pode ser de uma pessoa só. Tem que haver o engajamento da classe, e desde o início falei que não quero ser o pai da criança, mas que todos se unam pela execução do projeto que vai ligar Caroebe a Santarém e ao restante do País. É de muita importância para o desenvolvimento de Roraima”, afirmou. “Mas tenho certeza de que quando o estudo estiver concluído todos vão abraçar essa causa”, frisou.
Ele informou que o projeto é um estudo que foi desenvolvido na Câmara Federal em 2016 pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes), e que foi entregue na semana passada numa reunião com técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e com os engenheiros do Consórcio da Prosul, empresa contratada para a realização do estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) da rodovia 210.
Remídio, que é o relator do projeto Arco Norte na Câmara, citou que na reunião foi realizada a exposição do relatório da fase preliminar pelo engenheiro de projetos da Prosul, Anderson Ronsniecek, que apresentou alternativas de traçado da BR-210 para interligação dos estados de Roraima, Amapá e Pará. São 1.800 quilômetros de extensão, divididos em quatro trechos, que estão sendo analisados pelo estudo. De acordo com o engenheiro, a intenção é propor uma alternativa que reduza todos os complicadores para a efetiva viabilidade da pavimentação da rodovia.
O parlamentar ressaltou que a preocupação é conseguir estabelecer uma composição de traçado que observe todo o contexto socioeconômico da região, ou seja, preserve as áreas restritivas da Amazônia Legal e que contemple um número maior de municípios atendidos pela rodovia.
“Estamos avançados na concretização desta importante interligação para o estado de Roraima. O andamento do estudo da BR-210 e as soluções encontradas só reforçam a necessidade da rodovia para o desenvolvimento da nossa região. As proposições serão apresentadas na volta do recesso parlamentar”, frisou, informando que hoje a BR-210 existe apenas de Novo Paraíso, no Município de Caracaraí, até o rio Jatapu, em Entre Rios no município de Caroebe, no sul do Estado.
Remídio ressaltou a atuação do ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, que assinou a ordem de serviço em julho, durante seminário em Santarém-PA, autorizando a empresa a iniciar o estudo de viabilidade técnica, ambiental e econômica da construção da BR 210.
“A empresa tem até julho de 2017 para apresentar o Estudo sobre a região, mas já apresentaram um trabalho parcial, inclusive com uma proposta de desviar da reserva indígena Wai-Wai, mas a informação que temos é de que os wai-wai estão interessados que a rodovia passe pela reserva deles para facilitar o escoamento das castanhas que produzem e os técnicos vão vir e vamos nos reunir com eles para definir se a BR passa por lá ou será desviada”, disse. (R.R)