Polícia

Familiares se desesperam em busca de informações

Em busca de informações, familiares lotam imediação da Pamc após a confirmação de 33 mortos

Familiares de detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), localizada na zona Rural da capital, foram surpreendidos nesta sexta-feira, 06, com a informação da morte de mais de 30 presos em briga de facção ocorrida durante a madrugada.

Hoje seria o dia da entrega de alimentos e itens de higiene pelos familiares aos presos.

Desesperados, eles tentam a todo custo buscar informações sobre mortes e feridos nesta que já pode ser considerada uma das piores matanças registradas em unidades prisionais do país.

“Nós estamos aqui parados, nesse sol quente, sem saber qualquer informação do que está acontecendo lá dentro. Infelizmente, o que a gente sabe é o que está sendo divulgado pela imprensa”, relatou a zeladora Silvana Saraiva, de 44 anos.

 

Silvana, assim como centenas de pessoas foram para a Pamc, e encontraram os perímetros de acesso bloqueados por viaturas da Polícia Militar. A zeladora conta que antes de ser transferido para a unidade, seu irmão estava cumprindo pena na Cadeia Pública de Boa Vista. Ela teme que a situação seja ainda pior do que a divulgada oficialmente.

“Apesar do tumulto não ter sido na ala onde meu irmão está, a gente fica apreensiva. Eles [Policiais não dizem nada, não deixam a gente entrar para saber de nada. A situação aqui é desesperadora”, disse.

Já para Marilene dos Santos, 35 anos, o problema que ocorreu nesta madrugada na Pamc é resultante da ingerência do poder público frente a delicada situação do sistema prisional estadual.

“Isso é uma pouca vergonha. Eles [Governo] fala que está tudo bem, que está tudo sob controle, só que não tem absolutamente nada controlado. Há tempo que eles [presos] estão sofrendo, e ninguém dá sequer uma informação”, frisou.

 “Botam culpa em facção, botam culpa em polícia, botam culpa em tanta coisa, mas a gente sabe que é tudo mentira. A culpa é do Estado, que era conhecedora dessa situação, tanto que no início desse ano teve aquela matança em Manaus e nem assim eles se alertaram para a possibilidade de ocorrer isso aqui em Roraima”, pontuou Marilene.