Cotidiano

CRM interdita maternidade e cirurgias eletivas são suspensas

Medida foi adotada após constatação da falta de medicamentos e de materiais hospitalares no hospital

O Conselho Regional de Medicina (CRM) interditou parcialmente o Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareh, no bairro São Francisco, após uma inspeção na unidade, quando foi confirmada a falta de medicação e de materiais hospitalares. Por este motivo, as cirurgias eletivas, que não oferecem risco à vida da mulher, estão suspensas e apenas as cirurgias de urgência e emergência estão autorizadas a ser realizadas dentro da unidade.
A medida foi tomada em atendimento a uma solicitação feita pelos médicos que trabalham na Maternidade. Eles reivindicaram uma intervenção por parte do Conselho no sentido de solucionar os problemas de desabastecimento, que foi classificado como “crônico” e em “condições precárias para o desenvolvimento da atividade médica na unidade” pelo presidente do CRM, Alexandre Marques.
O presidente destacou que na Maternidade faltam medicamentos básicos para a realização de procedimentos cirúrgicos. “O que mais nos deixou apreensivos, foi a falta de medicações básicas dentro do ambiente hospitalar. Faltam antibióticos, agulhas para aplicação de anestesias, cateteres de oxigênio, entre outros”, relatou Alexandre Marques. 
Falta ainda, conforme o presidente, o aparelho para esterilização de todo material utilizado nas cirurgias, pois o que há, está quebrado. “Tudo o que precisa ser esterilizado é levado para o HGR [Hospital Geral de Roraima] e só depois retorna à maternidade”, ressaltou o presidente do CRM.
Os médicos elaboraram um relatório narrando as condições do hospital para os secretários de saúde (do município e do Estado) e também para o Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e para o Tribunal de Contas do Estado. O objetivo é alertar os órgãos sobre a verdadeira situação da unidade.
“Nós sentimos a necessidade de interferir diretamente no que diz respeito às cirurgias eletivas e visando manter o mínimo de qualidade possível no serviço de emergência até que se normalize a situação do abastecimento e das condições de trabalho dos médicos que está muito ruim”, explicou o presidente do Conselho.
SESAU – Em nota, a Secretária Estadual de Saúde (Sesau) informou que vai aguardar a notificação para se pronunciar. Informa ainda que já havia agendado reunião com o CRM para esta sexta-feira para tratar de assuntos relacionados às unidades de saúde estaduais.