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Como saber se seu filho tem dislexia ou TDAH

O psiquiatra Alberto Iglesias relata os sintomas da dislexia e do TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade)

Sabemos que existem transtornos psiquiátricos que podem dificultar o processo de aprendizagem das crianças, os mais comuns são a dislexia e o TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade).

A origem da palavra dislexia vem do grego dis- distúrbio, lexis palavra, que significa uma dificuldade com o mundo da escrita, leitura e soletração, atinge até 10% da população.

De acordo com o psiquiatra Alberto Iglesias, que relata os sintomas da dislexia e do TDAH, crianças com dislexia podem aparentar ser lentas, apáticas, quando, na verdade, não são, o que acontece é que estas crianças têm dificuldade com a linguagem escrita.

“De todos os transtornos que causam dificuldade de aprendizagem, a dislexia ocupa 85% destes casos. Dos que têm dislexia, que tem graus variados de dificuldade com a linguagem escrita, 5% vão apresentar um conjunto de problemas severos com a linguagem escrita”.

Segundo o especialista, a dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização, sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado.

“O tratamento deve ser iniciado desde cedo para minimizar os prejuízos de aprendizado, o tratamento se baseia na intervenção psicopedagógica”, ressalta.

TDAH

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou Transtorno Hipercinético é um transtorno psiquiátrico que atinge cerca de 2% das crianças, cerca de 50% destas crianças vão continuar apresentando os sintomas em idade adulta.

“O transtorno se caracteriza por frequente comportamento de desatenção, inquietude (hiperatividade) e impulsividade, em pelo menos dois contextos diferentes (casa, creche, escola, etc.), com predomínio de desatenção, muitas vezes confundido pelos pais como ‘preguiça’”, ressalta.

Entre os sintomas, as crianças frequentemente deixam de prestar atenção a detalhes ou cometem erros por descuido em atividades escolares, de trabalho entre outras e têm dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas.

“Com frequência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra e não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções). Ele evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa)”.

Entre os sintomas da hiperatividade, a criança agita as mãos ou os pés e frequentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado.

“Nesse caso, a criança tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer. Está frequentemente ‘a mil’ ou muitas vezes age como se estivesse ‘a todo vapor’”.

Segundo o especialista, há tratamento e quanto mais rápidos os pais procurarem pela ajuda médica, mais rápido a criança irá se adaptar a sua rotina.

“Os neurotransmissores que parecem estar deficitários em quantidade ou funcionamento nos indivíduos com TDAH são basicamente a dopamina e a noradrenalina e podem ser estimulados através de medicação, com o devido acompanhamento do médico psiquiatra, de modo a amenizar os sintomas de déficit de atenção/hiperatividade”, explica o médico.

Além de fármacos, ministrados com acompanhamento especializado permanente, o tratamento do psiquiatra pode contar com apoio psicológico, fonoaudiológico, terapêutico ocupacional ou psicopedagógico.

“A família tem importante papel no tratamento de transtornos infantis. Não basta medicar a criança. É necessário que os próprios pais façam psicoterapia junto com a criança ou o adolescente”, relatou.

Alberto Iglesias é médico psiquiatra e Membro Titular da Associação Brasileira de Psiquiatria