A Folha fez um levantamento sobre o número de aparelhos celulares encontrados dentro das unidades prisionais do Estado no ano de 2016 e, a partir das ocorrências e revistas, a administração presidiária informou que mais de 340 telefones estavam em posse de detentos. A maioria das apreensões aconteceu na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona rural de Boa Vista.
Também no ano passado, foram apreendidos oito quilos de drogas, 70 unidades de objetos considerados armas brancas, tais como facas e barras de metal, 120 chips, 100 baterias e 130 carregadores, além de cadernos, folhas com anotações de facções criminosas e quantidade considerável de pedaços de madeira com ponta cortante.
A Secretaria do Estado da Justiça e Cidadania (Sejuc) informou ainda que fez a retirada de restos de construções da Pamc com objetivo de evitar que pedras, estacas de madeira ou vergalhões fossem utilizados como armas. “O trabalho de limpeza retirou mais de 20 toneladas de entulho”, frisou.
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Além disso, foram apreendidos maquinários, arma de fogo e munições
A secretaria disse que todos os materiais ilícitos apreendidos nas unidades prisionais são encaminhados para registro e apuração das circunstancias pela Divisão de Inteligência e Captura (Dicap), que mapeia dentro e fora das unidades prisionais as ações das facções criminosas atuantes no Estado. Destacou que os detentos identificados como portadores dos materiais ilícitos sofrem sanções disciplinares como estabelece a Lei de Execuções Penais (LEP).
Nenhum presídio de Roraima dispõe de bloqueadores de celulares. A Folha não obteve respostas de como os aparelhos entraram nos presídios, tampouco se há uma investigação para apurar a entrada de ilícitos. O governo anunciou que neste ano algumas melhorias serão implementadas. “Em 2017, as unidades prisionais do estado deverão adquirir bloqueadores de celulares, scanner corporal e portais de raio-x. O processo licitatório está em fase final, com previsão para se concluir a instalação dos aparelhos até o final de março”, frisou a Sejuc, em nota.
BRASIL – O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) revelou que, nos últimos dois anos, o total de celulares apreendidos chegou a 96.377 em todo o território nacional, no entanto, o número é considerado maior, tendo em vista que o Estado de São Paulo enviou dados do número de apreensões somente do primeiro semestre do ano passado. Além disso, os estados do Amazonas, Bahia, Piauí e Ceará ainda não forneceram essas informações. Em 2015, foram encontrados, por dia, uma média de 140 celulares nos presídios brasileiros. (J.B)
