Política

Deputado anuncia saída de bloco G4 pela rede social e provoca polêmica

Parlamentar usa rede social para anunciar saída de bloco formado por apenas quatro membros, mas depois apagou postagem

Alegando divergências, o deputado estadual Valdenir da Acta (PV) anunciou, nesta quarta-feira, pelo seu perfil na rede social, sua saída do bloco G4, que foi formado inicialmente pelos deputados estaduais Oleno Matos (PDT), Evangelista Siqueira (PT) e Soldado Sampaio (PCdB). Posteriormente, o deputado Dhiego Fogaça (PSL) ingressou, sendo seguido pelo deputado Valdenir Ferreira (PV). Com a saída do representante do Partido Verde, agora serão  três parlamentares, visto que Oleno Matos está licenciado do cargo.

O deputado afirmou no texto publicado na rede social: “A partir de hoje, não faço mais parte do tal G4, na ALE, liderado pelo deputado Sampaio que, de fato, de verdade, nunca funcionou. Muito pelo contrário, fomos usados! Continuarei apoiando todas as políticas públicas em benefício da população”.

Em outra postagem, na mesma rede social, o parlamentar afirmou que o governo poderia exonerar qualquer aliado seu: “Jogo de governo é pra quem precisa de governo para se eleger ou se reeleger, como muitos que estão nas tetas do governo. Pra mim, quem tiver meu, no governo, o Diário Oficial está pra isso: exonera”. E na mesma postagem, em um comentário, ele escreveu: “Sou duro”. As duas postagens foram apagadas no dia seguinte.

Ontem à noite, em nova postagem, ele escreveu na rede social que um aliado havia acabado de ser exonerado e que ele “não estava preocupado com isso”. Nos comentários de internautas, o parlamentar corroborou as críticas feitas contra o governo.

Em entrevista à Folha, Valdenir negou que a decisão de sua saída do grupo esteja ligada a impasse com o governo. “Continuo na base governista”, disse. “Minha saída é do G4, e não da base do governo. Saio do grupo pelo fato das decisões não serem tomadas em bloco, não serem decisões conjuntas, serem decisões individuais. As decisões precisam ser tomadas conjuntamente. Às vezes, falamos uma coisa e interpretam de outra forma. Só quero deixar claro que permaneço na base do governo, que hoje conta com 10 deputados. E vamos trabalhar para construir bem mais do que esses 10, pois queremos ter maioria na Assembleia”.

Para finalizar, o parlamentar alegou que agora está de forma independente, sem bloco na Assembleia. “Eu não entrei no G4 a pedido. O bloco foi formado em consenso com quem lá estava. Como estamos de recesso, vamos pensar como nos alinhar. Não volto mais para o G4, isso é fato. Quanto à questão que minha atuação parlamentar não está interligada com o interesse da sociedade, isso não procede. Todos os projetos, que chegaram ao Parlamento, votamos a favor. E isso não é bloco que tem de definir, e sim é o que a sociedade nos cobra. Fomos eleito para justamente equalizar as demandas do nosso povo. E votaremos sempre, pois este é o nosso trabalho. Apenas me desliguei do bloco porque não há decisões em bloco, e sim decisões individualistas. Mas respeito todas as palavras do meu colega deputado Sampaio!”, declarou.

Líder do bloco diz que postagem foi ‘intempestiva e deselegante’

O deputado Soldado Sampaio (PCdB), líder do bloco, disse  à Folha que soube da saída do colega por rede social e postou nota de esclarecimento na internet sobre o caso. Ele classificou a postagem do colega como “intempestiva e deselegante”. Explicou que foi escolhido líder pelos parlamentares que integram o grupo.

“Venho de público esclarecer que uma das bandeiras de luta do G4 sempre foi e será a defesa dos interesses da coletividade do Estado de Roraima, com atenção especial para as reivindicações dos servidores públicos estaduais, já que nosso compromisso é com a classe trabalhadora. Como essas questões não são do interesse da ação parlamentar do deputado [Valdenir], seria natural que ele, não estando satisfeito, comunicasse aos seus pares o afastamento, da mesma forma que solicitou para ingressar no G4. Mesmo assim, respeitamos a decisão de nosso colega de parlamento e, da nossa parte, continuaremos firmes no propósito de nos mantermos coerentes com os ideais pelos quais fomos eleitos”, diz a nota.