Cotidiano

Pneus que iriam parar no lixo são transformados em peças decorativas

Material que iria parar na natureza é catado em borracharias e depois transformado em móveis e vasos ornamentais

O que poderia virar criadouro do mosquito da dengue, nas mãos do servidor público Márcio José de Souza Silva, de 38 anos, se transforma em peças artesanais, pufes e móveis de sala. O artesão recolhe pneus velhos de carro pela cidade, faz a reciclagem, ajuda o meio ambiente e ainda ganha um bom dinheiro.

Morador do bairro Asa Branca, na zona Oeste da Capital, Márcio José vai às borracharias e ganha os pneus inservíveis, que seriam jogados na natureza. O trabalho dele é todo manual, mas logo um pneu velho e furado vira uma bela peça artesanal.

“Quando recebo uma encomenda, saio atrás de pneus velhos pelas ruas e borracharias da cidade. Não guardo pneu em casa porque tenho receio dos pneus virarem criadouro de mosquito. Por isso trabalho sob encomenda”, explicou o artesão. Os pneus reciclados viram vasos, ornamentos de jardim, pufe, mesas, balanço de criança e até poltronas. “Faço de acordo com a ideia do cliente. Ele pede e eu faço”.

Há dois anos que o artesão começou a reciclar e transformar pneus em peças artesanais. Ele lembra que iniciou assim que perdeu o cargo comissionado que recebia no setor público. O trabalho logo chamou a atenção dos colegas de repartição e ele então passou a produzir sob encomenda. Hoje o dinheiro extra que Márcio José ganha ajuda nas despesas de casa.

“Foi uma alternativa que encontrei para driblar a crise. Atualmente recebo de 10 a 120 encomendas por mês. Tem conjunto de mesa que custa até R$ 1.200. Tudo é feito com pneu reciclado”, frisou.

O preço varia de acordo com o tamanho e complexidade das peças artesanais. Um vaso pode sair R$ 250,00, o balancinho custa R$ 50, o pássaro a R$ 20 e o pneu trabalhado e pintado, R$ 50. Há também pufes e outras peças ornamentais. O ateliê de Márcio José funciona na casa dele. A mulher e os filhos também ajudam na produção. A reciclagem requer atenção redobrada e isso requer muita habilidade e capricho, virtudes que não faltam ao artesão. Os efeitos que ele produz são muito interessantes e criativos. Algumas dessas peças são incrivelmente simples, apenas recortadas e pintadas.

“Além da questão financeira, minha preocupação também girou em torno da questão ambiental. É como falo: do lixo ao luxo. Meu trabalho é totalmente artesanal e evita a proliferação de focos de mosquito, inclusive o da dengue”, ressaltou. Interessados podem ligar para 99143-6681. (AJ)