Depois do massacre que resultou na morte de 33 presos na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), as facções criminosas já planejavam mais mortes dentro e fora do sistema prisional de Roraima.
Em uma folha de anotações, integrantes do crime organizado listaram nomes de detentos, policiais civis e militares, diretores de presídios, além de agentes penitenciários e da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap), da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc). Todos estavam marcados para morrer.
A anotação foi um dos itens conseguido por agentes com um suposto Informante.
Os responsáveis por tramar as mortes seriam integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que domina a Pamc. No registro, os criminosos planejavam os assassinatos divididos por etapas. A 1ª delas era a morte de 38 detentos da unidade prisional, o que foi cumprido parcialmente com a chacina de 33, no início de janeiro.
A 2ª etapa planejava a morte de dois policiais, um civil e outro militar, no bairro Pintolândia, zona Oeste de Boa Vista. Os crimes seriam cometidos por um integrante do PCC denominado de “salveiro”, uma espécie de função responsável pela transcrição, transmissão e salvaguarda dos “Salves” emanados pelo comando da facção.
Logo após, as vítimas seriam um diretor e um chefe de setor de uma unidade prisional do Estado. Também estavam marcados para morrer outros dois policiais militares e um agente da Dicap, todos lotados na Penitenciária Agrícola. Outros oito internos presos na Pamc, e um que cumpre regime semiaberto no Centro de Progressão Penal (CPP), no bairro Asa Branca, zona Oeste, estavam na lista.