A Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) está intensificando o monitoramento da mosca da carambola para tentar erradicar a praga do Estado, o que permitiria a exportação das frutas para outras regiões. Por enquanto, as áreas plantadas na zona rural de Boa Vista estão livres da praga há quase dois anos.
“O trabalho é realizado em plantações de manga, goiaba, acerola, caju, pimenta de cheiro, jaca, tomate e outros. O Estado faz o monitoramento semanal desde julho de 2015 e, durante este período, constatamos que não houve nenhuma ocorrência da praga”, disse o presidente substituto da Aderr, Carlos Terossi.
O monitoramento acontece principalmente nas áreas de maior produção, que ficam na zona rural de Boa Vista. “As armadilhas instaladas por nossa equipe não apresentaram nenhum foco da praga. Vale destacar que no interior do Estado não existem grandes áreas de produção, então as ações têm se concentrado aqui”, destacou.
Em Roraima, a mosca da carambola está presente nos municípios de Bonfim e Normandia, região Leste do Estado, em Pacaraima, a Norte, e no Uiramutã, a Nordeste. “Devemos fiscalizar estas regiões para impedir a proliferação da praga. Um dos objetivos é controlar o trânsito dos hospedeiros nestes locais”.
Atualmente, a Aderr possui duas barreiras sanitárias funcionando 24 horas por dia: uma na BR 174, sentido Venezuela, região da Vila Três Corações, no Amajari, Norte do Estado; e outra em Bonfim, na BR-401, Leste do Estado. Outras duas barreiras sanitárias funcionam no Jundiá, região Sul do Estado, perto da divisa com o Amazonas, e outra na balsa do Passarão, zona rural de Boa Vista, ao Norte, onde transitam automóveis que vêm da Guiana e da Venezuela. “As barreiras funcionam seguindo as diretrizes do Ministério da Agricultura. É uma maneira de impedir que os hospedeiros saiam de Roraima ou se proliferem”, frisou Terossi.
Segundo ele, a fruticultura tem grande participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. “Se a praga chegar até as grandes áreas de produção do país vai gerar um grande prejuízo econômico. Só no primeiro ano seriam cerca de $ 40 milhões de prejuízo. No segundo ano esse número chegaria a $ 100 milhões”, comentou.
Além das ações de monitoramento e fiscalização, a Agência de Defesa faz trabalhos de educação sanitária. “Nós também promovemos palestras e reuniões junto aos produtores rurais para abordar a importância da prevenção e do controle da mosca da carambola”, finalizou o presidente substituto.
INSTRUÇÃO – Para exportar as frutas produzidas em Boa Vista, que estão livres da mosca da carambola há quase dois anos, a Aderr está aguardando a emissão de uma instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “A instrução vai estabelecer critérios para que os frutos produzidos na Capital e no interior possam ser exportados. O documento deveria ter sido publicado no final do ano passado, mas conforme o Mapa, até agora não saiu da procuradoria jurídica”, comentou o presidente substituto da Aderr, Carlos Terossi.
Segundo ele, não há previsão para a liberação da comercialização das frutas. “Por enquanto temos que aguardar. Não podemos precisar uma data de exportação porque dependemos desta instrução normativa”, destacou. Com a exportação liberada, o Estado teria inúmeros benefícios. “Vai gerar emprego, renda e beneficiaria principalmente o produtor rural, que desde 2009 não pode comercializar o que plantou”.
RECURSO – Presidente substituto da Aderr, Carlos Terossi, disse que o Estado investe R$ 2 milhões anualmente nas ações de combate da mosca da carambola. “É um investimento muito alto. Por isso, a gente espera que o Governo Federal faça um plano de erradicação envolvendo o Brasil, a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa, pois o foco da praga vem dessas localidades. Precisamos impedir a reintrodução da praga em Roraima”, destacou.
Segundo ele, é necessário um trabalho conjunto para acabar com a praga. “Se isso não for feito, não adianta nada o investimento feito por Roraima, pois a praga tende a voltar. Nossos vizinhos precisam se mobilizar e a gente espera que este trabalho em parceria seja feito o mais rápido possível com o intuito de sessar a reintrodução da praga no Estado”, concluiu Terossi. (B.B)