Atualmente no mundo a população de pessoas idosas está crescendo cada vez mais, é uma tendência global. Praticamente em todos os países, vários governos estudam políticas de como dar assistência aos idosos, e a medicina se preocupa também em oferecer aos idosos tratamento correto e bem estar.
De acordo com o psiquiatra Alberto Iglesias, os idosos buscam cada vez mais a medicina, requerendo auxílio crescente. Embora boa parte desta população esteja saudável, há muitos que carecem de cuidados, exigindo tratamentos específicos e persistentes.
“É neste campo que atua a psicogeriatria, psiquiatria da terceira idade ou gerontopsiquiatria, um ramo particular da psiquiatria que trabalha com pacientes de 65 anos ou mais. A Psicogeriatria atua na esfera afetiva/emocional e lida também com as transformações ocorridas nas pessoas com idade avançada”.
Segundo o médico, desde o século XIX os pesquisadores estão cientes da existência das patologias psíquicas nos integrantes da terceira idade.
Entre os transtornos mentais mais comuns na terceira idade estão: a depressão, as ansiedades, transtornos dolorosos, distúrbios do sono, perda de autonomia e temas filosóficos da proximidade do final da existência. É comum os profissionais da Psicogeriatria encontrarem idosos em estados de demência e de oscilações da memória.
“Na busca de um tratamento adequado e eficiente, os psicogeriatras receitam psicotrópicos, as substâncias mais apropriadas, mas vão mais além, atuam junto às famílias, tentando, ao seu lado, compreender melhor os mecanismos que envolvem o transtorno mental que afeta o idoso”.
O médico explica como a incidência de idosos na população global tende a crescer por conta da maior expectativa de vida, propiciada pelos constantes avanços da medicina, a Psicogeriatria ganha cada vez mais espaço na sociedade e nos meios científicos.
“Há um consequente aumento nas estatísticas dos problemas psíquicos nas pessoas da terceira idade. É uma obrigação moral e ética da sociedade oferecer tratamento as pessoas idosas, que tanto contribuíram para o desenvolvimento da nação, oferecer todos os recursos que lhes proporcionem uma melhor qualidade de vida, tanto por parte dos familiares do paciente quanto aos profissionais ou voluntários responsáveis por estas pessoas”.
Inúmeros estudos e pesquisas ainda avançam na compreensão do processo de envelhecimento. Muitos afirmam que, desde o aparecimento da primeira célula no organismo humano, o ser está ficando mais velho.
Outros buscam meios de deter as consequências da passagem do tempo, combatendo o advento da velhice. Mas ainda não temos um tratamento neste patamar, não se pode restituir a juventude.
“O paciente idoso tem uma tendência natural a resistir ao tratamento com psiquiatra, por um certo preconceito, mas é importante oferecer aos pacientes da terceira idade tratamento correto, amenizar ansiedades e transtornos depressivos, bem como o idoso deve seguir as orientações médicas para melhorar sua saúde, fazendo exercícios físicos leves ou fisioterapia, bem como alimentação balanceada, eliminar vícios e hábitos nocivos como bebidas alcoólica e tabagismo, manter um circulo de amizades e convívio social, familiar, leitura e estudos para manter a memória”, finaliza.
Alberto Iglesias é médico Psiquiatra e Membro Titular da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP.