Cotidiano

Com crise na construção civil, setor perdeu 130 postos de trabalho em 2016

Apesar da melhora nos salários, a crise e a falta de investimento vêm influenciando negativamente para o crescimento da indústria no Estado

A crise na construção civil em Roraima, setor que segue estagnado há pelo menos três anos, foi a principal responsável pelo desemprego na indústria. Segundo a Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), somente em 2016, mais de 130 postos de trabalho foram perdidos no Estado.

De acordo com o órgão, a indústria roraimense é composta por quatro atividades: extração mineral; de energia elétrica, água e esgoto; transformação e o de construção civil. Esta última também influenciou na queda do setor nos últimos anos.

Segundo um levantamento de 2015 da Seplan, 163 empresas receberam lotes para ativação no Distrito Industrial antes desse período. Dessas, apenas 76 foram implantadas e estão funcionando; 36 foram desativadas; 16 estão em fase de implantação e outras 35 sequer iniciaram as atividades no local.

“A queda do setor industrial em 2015 foi de 3,4% em relação ao ano anterior. Embora as outras atividades tenham crescido, a construção civil vem sofrendo há alguns anos e, por ser a principal área de atuação das empresas industriais, tem muito peso nos resultados”, explicou o coordenador geral de Estudos Econômicos e Sociais da Seplan, Milton Antônio.

O Estado conta atualmente com 509 empresas industriais, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Conforme o último levantamento realizado pela CNI, o setor da construção civil representa 73,2% da indústria em Roraima, seguido pelos setores de serviços industriais, com 13,5%; alimentos, com 3,6%; e madeira, com 3,0%. Em 2015, o setor gerou 8.071 empregos formais no Estado.

A estagnação na abertura de novas empresas industriais no Distrito Industrial tem explicação: crise e burocracia. O procedimento para a construção de áreas no Distrito Industrial em Boa Vista deve atender os dispositivos legais da Lei 8.666/93, que estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras e serviços.

Além disso, a falta de investimento de alguns empresários emperra o crescimento da indústria. “Isso mostra que temos ainda problemas motivados pela crise, o que afeta principalmente o setor da construção civil, porque se tem pouco investimento e financiamento”, disse.

Segundo ele, apesar dos fatores negativos, o salário no setor vem melhorando. “Houve um aumento de remuneração de 10,6% aos trabalhadores da indústria em 2016. Mesmo sem geração de emprego, a mão-de-obra gerou essa renda”, afirmou. (L.G.C)