Cotidiano

Mãe de paciente denuncia descaso no Hospital Santo Antônio

Segundo ela, cirurgia prevista para sua filha foi desmarcada duas vezes por recusa de anestesista

O Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), localizado no bairro 13 de Setembro, na zona Sul da capital, foi alvo de uma reclamação relacionada ao cancelamento de um procedimento cirúrgico em um bebê de apenas 04 meses de idade.

À FolhaWeb, a mãe da criança, Roseane Lopes, 21 anos, informou que a filha deu entrada na unidade no dia 03 do mês passado, devido a uma hidrocefalia congênita. Por conta disse, a paciente utiliza um cateter, instrumento que possibilita a drenagem de fluídos do corpo.

Os problemas teriam iniciado no sábado, 04, quando o neurocirurgião decidiu marcar uma cirurgia para a implantação de um DVP (Derivação Ventriculoperitoneal), um dispositivo usado para aliviar a pressão do cérebro causada pelo acúmulo de líquido.

“Na sexta-feira, 03, o neurocirurgião apresentou os exames, informando que estava tudo bem com a minha filha e que precisava apenas fazer uma cirurgia para retirada de válvula do cateter e implantar um DVP, para que pudéssemos voltar para casa. Ele marcou a cirurgia para às 17 horas de ontem, 04. Minha filha ficou em jejum por 09 horas, sem soro de hidratação e quando foi às 13 horas, me disseram que o procedimento seria cancelado”, contou.

Segundo Roseane, a negativa teria partido do anestesista de plantão, que relatou a ela que, devido à paciente estar internada em leito, a situação não era considerada de emergência, menos o neurocirurgião tendo informado se tratar de uma situação especial.

“A justificativa dada a mim foi que o anestesista se recusou a fazer o procedimento, por não se tratar de uma emergência, sendo que esse rapaz sequer veio ver minha filha. O que ele sabe é apenas o que está na ficha”, completou.

Ainda segundo ela, o neurocirurgião que está cuidando do caso da criança tentou novamente realizar o procedimento neste domingo, 05, e novamente foi prejudicado pela recusa do anestesista. O mesmo ainda tentou protocolar uma reclamação formal, mas não encontrou sequer algum responsável pela direção do HCSA.

“Eu sei que depois de muita confusão, no sábado à noite ligaram para a direção do hospital e marcaram a cirurgia para as 10 horas. Ela novamente ficou esse período em jejum e sem soro, e quando chegou no horário, novamente cancelaram o procedimento. A gente tenta procurar a direção e não tem ninguém, e da mesma maneira na ouvidoria. O caso é que minha filha corre risco de pegar uma infecção generalizada a qualquer momento, porque não é indicado que ela permaneça com o mesmo cateter por muito tempo”, frisou ela, ressaltando estar no seu limite.

 

O OUTRO LADO

À FolhaWeb, a Prefeitura de Boa Vista afirmou zela pelo cuidado e a saúde de seus pacientes e esclarece que a cirurgia em questão não era de caráter emergencial. “O procedimento foi iniciado neste domingo, 05, às 15h, sem nenhum prejuízo à saúde da criança”, informou em nota.

A nota destaca ainda que os profissionais do hospital estão empenhados na resolutividade e eficácia no tratamento dos pequenos pacientes.