A Fibromialgia é uma doença que não se sabe a causa, mas que é caracterizada por dor muscular generalizada no corpo acompanhada de sintomas de fadiga, alterações de sono, memória e humor que podem ser de origem emocional.
De acordo com o Psiquiatra Alberto Iglesias, as emoções afetam a saúde física da mesma forma que o estado físico afeta a saúde emocional. Assim como o estresse, às vezes se manifesta em forma de enxaquecas, dores de cabeça, gastrite, colite ou artrite, entre outros problemas psicológicos podem se manifestar dessa maneira.
“Os sintomas podem começar após um trauma físico, uma cirurgia, uma infecção ou uma tensão psicológica significativa. Em outros casos, os sintomas se acumulam gradualmente ao longo do tempo sem que se consiga determinar os fatos geradores”, explica.
As mulheres são cerca de 10 vezes mais propensas a desenvolver a Fibromialgia do que os homens. Embora não haja cura para a Fibromialgia, uma variedade de medicamentos e outros tipos de tratamentos podem ajudar a controlar os sintomas.
“Muitas pessoas que têm Fibromialgia também podem apresentar dores de cabeça tensionais, disfunção da articulação temporomandibular, síndrome do intestino irritável, ansiedade e depressão”, explica.
A dor da fibromialgia é real. Vários estudos experimentais avançados, que mostram o cérebro funcionando, mostram que os pacientes com fibromialgia estão sentindo dor e, além disso, que sentem mais dor do que pessoas sem a doença.
Tanto pacientes quanto médicos parecem entender melhor as causas de dor quando existe uma inflamação, um machucado, um tumor, que estão ali, visíveis, causando a dor. Na fibromialgia é diferente; se tirarmos um pedaço do músculo que está doendo e olharmos no microscópio, não encontraremos nada – porque o problema está somente na percepção da dor.
“A depressão está presente em 50% dos pacientes com fibromialgia. Isto quer dizer duas coisas: 1) a depressão é comum nestes pacientes e 2) nem todo paciente com fibromialgia tem depressão. Isto é importante, pois por muito tempo pensou-se que a fibromialgia era uma “depressão mascarada”, relata.
Por outro lado, não se pode deixar a depressão de lado ao avaliar-se um paciente com fibromialgia. A depressão, por si só, piora o sono, aumenta a fadiga, diminui a disposição para o exercício e aumenta a sensibilidade do corpo.
“Ela deve ser detectada e devidamente tratada, se estiver presente. Muitos pacientes pensam que o tratamento da dor crônica melhorará a depressão, já outros pensam que o tratamento da depressão melhorará a dor. Não se deve perder tempo em questionar quem chegou primeiro; tanto a dor quanto a depressão devem ser tratadas de maneira independente, e o tratamento de ambas trará benefícios para o paciente”, explica.
O psiquiatra relata que o tratamento de fibromialgia é mais eficaz quando são unidos medicamentos e cuidados não medicamentosos. “O foco é evitar a incapacidade física, minimizar os sintomas e melhorar a saúde de modo geral. As dores corporais que têm origem emocional não devem ser ignoradas ou consideradas algo de pouca importância. Sua saúde emocional é tão importante quanto sua saúde física; lembre-se que ambas estão intimamente relacionadas”, finalizou.