Devido à intensa procura por imunização contra a febre amarela, que se intensificou após a morte de um macaco com suspeita de ser portador do vírus, no Sul do Estado, está faltando vacina. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que vai distribuir doses da vacina contra a doença em seis municípios do interior do Estado ainda esta semana.
As doses serão distribuídas nas cidades de Pacaraima e Amajari, a Norte do Estado, Uiramutã, a Nordeste, Alto Alegre, a Centro-Oeste, e Bonfim e Normandia, a Leste. Se houver necessidade imediata, os municípios podem fazer a solicitação e buscar as vacinas junto ao Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunização (NEPNI), conforme a Sesau.
O Município de Rorainópolis, região Sul, onde ocorreu a morte do macaco contaminado pela febre amarela, solicitou ao NEPNI no início deste mês, por meio da Secretaria de Saúde Municipal, o reforço de mais mil doses, mas a Sesau informou que a cidade não receberá nenhuma dose da vacina nos próximos dias.
A Secretaria Estadual de Saúde ressaltou que os municípios com o estoque desabastecido devem solicitar doses extras da vacina imediatamente. “Após o pedido formal no NEPNI, as doses serão distribuídas por meio de um caminhão refrigerado, para não haver o risco de perda dos imunobiológicos”, frisou a Sesau.
Em 2016, o Ministério da Saúde enviou para Roraima 48.500 doses da vacina, das quais 38.500 foram distribuídas entre todos os municípios. “Atualmente, o Estado possui um estoque de mais de 10 mil doses da vacina contra febre amarela, mas, por conta da grande demanda, o NEPNI vai solicitar doses extras, ainda este mês, ao Ministério da Saúde. A previsão é que o material seja enviado para Roraima até o dia 15 de abril”, informou a Sesau.
FEBRE AMARELA – A febre amarela silvestre é uma doença endêmica no Brasil. O padrão temporal de ocorrência é sazonal, com a maior parte dos casos incidindo entre dezembro e maio, com casos isolados ou surtos que ocorrem com periodicidade irregular, quando pessoas frequentam locais com mosquitos transmissores da doença, que usualmente se alimentam do sangue de macacos.
DADOS – Em 2015, foram registrados nove casos de febre amarela silvestre em todo o Brasil, com cinco óbitos. Em 2016, foram confirmados seis casos da doença, nos estados de Goiás (3), São Paulo (2) e Amazonas (1), sendo que cinco deles evoluíram para óbito. Atualmente, o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre. Os últimos casos de febre amarela urbana, transmitida pelo Aedes aegypti, foram registrados em 1942, no Acre.
ESQUEMA VACINAL – Conforme os especialistas, para pessoas de 2 a 59 anos, a recomendação é de duas doses. Já pessoas com 60 anos ou mais, que nunca foram vacinadas, ou que não tenham o comprovante de vacinação, deverão passar por avaliação médica para saber sobre o benefício da imunização, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nesta faixa-etária.
De acordo com o Ministério da Saúde, apesar da alta eficácia da vacina, pacientes com imunodeficiência devem ser condicionados à avaliação médica individual de risco-benefício. Além disso, indivíduos com histórico de reação anafilática relacionada às substâncias presentes na vacina, como ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos que contêm proteína animal bovina, assim como pacientes com história pregressa de doenças do timo – como miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica – devem buscar orientação de um profissional. (B.B)