A 1ª Brigada de Infantaria de Selva anunciou ontem, 27, os primeiros resultados da Operação Curaretinga IX, que visa coibir crimes transfronteiriços e ambientais nas regiões de fronteira do Estado. Conforme dados, em pouco menos de três meses, de 23 de janeiro a 17 de março, o Exército apreendeu 1.434 litros de gasolina, 7,2 kg de drogas e 12 veículos, além de prender 10 indivíduos.
As ações contam com o apoio da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar (PM), Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social da Indústria (Sesi), entre outros órgãos governamentais. Conforme o comandante da 1ª Brigada, general Algacir Antônio Polsin, durante a operação são realizados patrulhamentos e bloqueios nas estradas e nos rios do Estado.
“São ações que visam proteger a sociedade e o meio ambiente de Roraima. Por isso, é importante que haja esta integração entre as instituições participantes para que possamos efetivar as atividades, até porque muitos órgãos passam por um momento de dificuldade financeira”, comentou o comandante.
A superintendente da Polícia Federal em Roraima, a delegada Rosilene Duarte Santiago, disse que a união entre o Exército Brasileiro e demais órgãos contribui para o combate aos crimes e ilícitos na fronteira. “Os dados mostram que os resultados são positivos. Então, devemos trabalhar juntos, cada órgão em sua responsabilidade, para que possamos contribuir com o desenvolvimento das atividades”, frisou.
A Polícia Militar de Roraima está disponibilizando suas unidades especializadas, como o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Comando de Policiamento do Interior, para atuar onde for necessário. “Além disso, estão sendo desenvolvidas atividades educativas em comunidades indígenas, por meio de palestras e cursos, que visam à capacitação dos moradores em relação a procedimentos de segurança, pois sabemos que muitos criminosos utilizam rotas alternativas, em terras indígenas, para o tráfico de drogas”, explicou o comandante da PM, coronel Dagoberto Gonçalves.
Para que as ações sejam bem sucedidas, as autoridades contam com o apoio da população. “É importante que não se sintam constrangidas quando forem abordadas. Queremos dar segurança à sociedade, por isso os cidadãos devem se dispor a colaborar. A abordagem do pessoal do Exército e dos órgãos de segurança é extremamente qualificada, realizada por profissionais”, destacou a delegada-geral da Polícia Civil, Edneia Santos Chagas.
O efetivo da Polícia Civil vai atuar nas unidades do interior do Estado. “Iremos suprir a ausência da Polícia Federal nas cidades, fazendo retenção qualificada de crimes por tráfico de drogas, tráfico de armas e contrabando. Quem for pego em flagrante será encaminhado para a delegacia local, onde serão tomadas as devidas providências. Nossos policiais estão em campo e foram orientados para dar suporte quando for preciso”, disse.
O diretor do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Airton Guedes, ressaltou que existem postos fixos em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, região Norte, além de Bonfim, na fronteira com a Guiana, a Leste do Estado, e em Boa Vista. “Nossa função é dar suporte à operação. Nosso trabalho é proibir a entrada de todo e qualquer produto dos países fronteiriços sem certificação sanitária, além de animais”, acrescentou Guedes.
ATENDIMENTO – A Operação Curaretinga IX também disponibiliza serviços de atendimento à saúde. O membro do setor de Educação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Tatyanne Rezende, afirmou que a instituição está realizando ações cívico sociais junto ao Exército Brasileiro. “Vamos atuar no campo de beleza e saúde, levando ações de prevenção e tratamento, como atendimento odontológico, para as comunidades indígenas mais distantes”, destacou.
Já o Serviço Social da Indústria (Sesi) tem realizado atividades de lazer para os participantes. “São ações recreativas e brincadeiras destinadas às crianças. É uma satisfação agir em prol das comunidades indígenas, não podemos medir esforços para ajudar nesta iniciativa”, disse o representante do Sesi, Aníbal Valentino.
O diretor do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Airton Guedes, afirmou que o órgão está fornecendo medicamentos veterinários que serão usados nas comunidades indígenas da região da Raposa Serra do Sol pelos profissionais do Exército. “Devemos unir nossas capacidades e trabalhar de forma integrada para apoiar a sociedade roraimense. Só estamos cumprindo com o nosso dever”, destacou. (B.B)