A apneia do sono é um distúrbio do sono potencialmente grave em que a pessoa para de respirar, por alguns segundos, diversas vezes durante a noite. Pessoas com apneia obstrutiva do sono podem, inclusive, não estar cientes de que têm o problema.
“O principal sintoma de uma pessoa que tem apneia é o ronco, na maioria das vezes o paciente nem sabe que ronca muito, acredita ter uma boa noite de sono, mas seus familiares e companheiros sabem”, explica o psiquiatra Alberto Iglesias.
Segundo ele, a pessoa que tem apneia do sono começa a ficar com um cansaço excessivo no dia seguinte, apesar de acreditar dormir bem, sente uma sonolência excessiva durante o dia.
“Portadores de sintomas mais graves costumam acordar com sensação de sufocamento, refluxo esofágico, boca seca, espasmo da laringe e vontade de urinar. Cefaleia pela manhã é uma das manifestações mais frequentes da síndrome”, conta.
As outras pessoas percebem que durante o sono do portador de apneia do sono o ronco é alto e perturba o sono das outras pessoas e é visível que há interrupção da respiração do portador.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 50% da população brasileira se queixa de qualidade de sono ruim e cerca de 30% da população adulta sofre de apneia do sono.
Quando a respiração é interrompida, a pessoa desperta – sem necessariamente recuperar a consciência e abrir os olhos. As pausas respiratórias costumam demorar mais de 10 segundos e são consideradas anormais quando ultrapassam a frequência de cinco por hora.
O músculo da garganta também fica mais flácido com o envelhecimento, o consumo excessivo de álcool, o fumo, o sedentarismo e o uso de remédios sedativos. Para evitar o problema durante a noite, dormir de lado e de bruços ajuda.
A maior parte dos pacientes, entre 85% e 90%, convive com a doença sem receber o diagnóstico e continua sem tratamento.
“O diagnóstico definitivo só pode ser estabelecido através da polissonografia, um exame que permite testar durante o sono os potenciais elétricos da atividade cerebral, dos batimentos cardíacos, os movimentos dos olhos, a atividade muscular, o esforço respiratório, a saturação de oxigênio no sangue, o movimento das pernas e outros parâmetros”, relata.
O objetivo do tratamento é manter as vias aéreas permeáveis ao fluxo de ar durante a noite. O tratamento de escolha é o uso de máscara (CPAP) conectada a um compressor de ar que provoca pressão positiva para forçar sua passagem através das vias aéreas superiores, durante a noite.
Os níveis de pressão da máscara devem ser ajustados individualmente depois de um estudo polissonográfico cuidadoso; pressões inadequadas podem aliviar os sintomas sem diminuir os riscos cardíacos.
“O tratamento costuma incluir mudanças no estilo de vida, como perda de peso, e o uso de um dispositivo de assistência respiratória durante a noite, como um aparelho de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP)”, relata.
Alberto Iglesias é Médico Psiquiatra e Membro Titular da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP.