Cotidiano

Operação Carne Fraca não provoca reflexos nas vendas do comércio local

Motivo para o “escândalo da carne” não afetar vendas foi o hábito de o roraimense comer produtos regionais ou optar por peixe

A operação que investiga a venda de carne estragada e com o uso de produtos químicos para camuflar a aparência dos alimentos, irregularidades estas praticadas por grandes corporações brasileiras, envolvendo nomes como o da Seara, Sadia, Perdigão, e Friboi, realizada pela Polícia Federal, causou grande repercussão nacional. No entanto, a investigação não tem afetado a comercialização de produtos alimentícios em Roraima.

De acordo com os empresários, houve um pequeno aumento na procura por alimentos de produtores regionais, em especial nos restaurantes e supermercados, no entanto, eles afirmam que a cultura local de consumo de carne é diferenciada de outros estados do país, o que influencia na hora da compra. Essa diferença se dá por conta da forma como as pessoas do Norte se alimentam, preferindo uma alimentação à base de peixe, galinhas caipiras e de gado roraimense, além de outros alimentos produzidos em fazendas e sítios, como ovos, queijos e leite.

Conforme o feirante Vanner Medeiros, que comercializa carne bovina na Feira do Produtor, no bairro São Vicente, na zona Sul, o que aumentou mesmo foi a procura pela procedência das carnes vendidas em Roraima. “Agora o cliente se preocupa mais na hora da compra, em saber da onde vem a carne, se o gado é regional. A gente vende principalmente para restaurantes, que estão preocupados em manter as carnes produzidas em Roraima”, disse.

A vendedora de frangos caipiras, Andressa Pabline, afirmou que houve aumento na compra de produtos alimentícios por empresas. “O que eu percebi realmente é que os restaurantes aumentaram as encomendas nos últimos dias. Os supermercados também. Por exemplo, uma clientela minha, que é acostumada a comprar seis, oito galinhas, hoje pediu quinze”, afirmou.

Ela destacou que o consumo desse produto alimentício continua o mesmo. “Pelo fato de estar chegando perto do final do mês, a venda até diminui. Acho que se a gente for ver alguma diferença, vai ser do dia 31 pra frente, quando já saiu o pagamento e as pessoas vêm aqui para comprar e estocar”, complementou Andressa.