A partir de hoje, 1º de abril, o preço dos remédios poderão subir em até 4,76%, conforme pesquisa feita pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). O aumento percentual não é um índice fixo para todos os medicamentos, ou seja, vai variar de acordo com cada produto.
O reajuste leva em conta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 10 de março de 2017, cuja taxa foi de 4,76% no período de março de 2016 a fevereiro de 2017. Em 2016, o reajuste máximo autorizado foi de 12,5%. Em 2015, de 7,7% e em 2014, de 5,68%.
Para o autônomo Carlos Gilberto Melo, é uma ação que favorece a indústria e prejudica o consumidor. “A gente já paga caro pelos medicamentos e agora vai pagar ainda mais. É muito complicado. Para quem recebe apenas um salário mínimo ou é aposentado, que tem um orçamento reduzido, fica ainda mais pesado. Hoje em dia, pagamos muitos impostos e isso gera um grande prejuízo para toda a sociedade”, afirmou.
O reajuste causa um impacto negativo no bolso do consumidor, fato que o estimula a priorizar por valores menores na hora de adquirir medicamentos. “Algumas vezes procuro pelos remédios genéricos, mas nem sempre estão disponíveis na farmácia. Ainda bem que existem essas opções, um alívio para o bolso”, complementou Carlos Melo.
O farmacêutico Marcos Almeida, empregado em uma drogaria na Avenida Ville Roy, no Centro, disse que o aumento faz parte de um reajuste anual no preço dos medicamentos. “Os impostos são atribuídos em cima das medicações. Então alguns remédios ficam mais baratos, enquanto outros ficam mais caros”.
Em relação à opinião do cliente, Almeida afirmou que eles se sentem muito prejudicados. “Hoje [ontem], uma cliente antiga, que sempre compra seus medicamentos aqui e chega a gastar cerca de R$ 300,00 por mês, resolveu vir antes do aumento. Durante o atendimento, ela comentou que se sente prejudicada por ser aposentada e disse que o salário já não é o suficiente para sustentar as inúmeras medicações”, disse.
Segundo ele, o medicamento genérico é uma opção viável para o cliente. “Nós podemos indicar os genéricos, que têm valores mais baixos, pelo fato de ter a mesma comprovação científica dos remédios mais caros, que geralmente são de marca. Por ter um valor reduzido é uma boa opção para o consumidor”, sugeriu Almeida.
GENÉRICO – Um estudo realizado pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (Ifepec), com 4 mil consumidores de todo o Brasil, no momento em que saíam das farmácias nas quais efetuaram a compra, mostra que 45% deles trocaram os produtos que procuravam por genéricos ou similares, optando pelo menor preço.
Dos entrevistados, 72% adquiriram medicamentos. No entanto, apenas 24% compraram exatamente o que foram comprar. Outros 31% modificaram parte da compra e 45% trocaram os medicamentos por vontade própria ou por indicação dos farmacêuticos. Vale ressaltar que 97% dos entrevistados que trocaram de medicamento optaram por um produto mais barato, o medicamento genérico. (B.B)