Cotidiano

Banco do Brasil transfere agência Jaime Brasil para frente do HGR

Comerciantes da Avenida Jaime Brasil acreditam que mudança afetará movimento nas lojas

A partir desta segunda-feira, 3, a agência Jaime Brasil, do Banco do Brasil, localizada na Avenida Jaime Brasil, no centro de Boa Vista, irá funcionar em novo endereço: na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, 3.317, no bairro Mecejana. Os empresários do mais tradicional centro de compras da cidade acreditam que essa mudança irá trazer impactos negativos, como a redução do número de vendas.

Trabalhando há dezoito anos na Jaime Brasil, o gerente de uma loja de roupas, Flávio Nobre Batista, afirmou que a localização da agência ajudava a atrair mais clientes para os comerciantes que iam ao centro comercial para serem atendidos na instituição bancária e acabavam aproveitando para realizar outras atividades, como por exemplo, uma pesquisa de preço, uma compra ou até mesmo para lanchar. “Essa desativação vai ser ruim porque essa agência atraía muitos clientes para as lojas. Quem vinha fazer um saque, receber o pagamento, já entrava na loja, aproveitava e comprava. Sem ela aí, com certeza, vai diminuir a venda”, explicou.

Segundo ele, na manhã de sábado, 1º, muitos clientes foram à loja questionar a desativação da agência. “Os clientes vão lá, vêem o aviso de mudança, a agência com a porta fechada e vem aqui perguntar pra gente.

Nós nem sabíamos. Só descobrimos porque, por coincidência, o dono da loja é o mesmo dono do prédio alugado pelo Banco do Brasil. Aí avisaram o dono do fim do contrato e se mudaram”, afirmou Flávio.

O comerciante Carlos Alexandre Dourado assumiu em janeiro deste ano um ponto de venda de sorvetes na Avenida Jaime Brasil. Ele acredita que a desativação da agência acarretará em uma queda no número de compras. “A gente vai sofrer novamente uma queda no movimento na Jaime Brasil. Os shoppings já contribuíram para a queda das vendas. Todos os comerciantes reclamam disso. Com o fechamento da agência do Banco do Brasil, a expectativa é que isso venha a impactar no movimento, por que a agência atraía muitas pessoas que vinham receber seus benefícios. Tem muitas pessoas que vem sacar salário. A gente sabe que o Banco do Brasil é um banco que reúne pessoas de todas as idades, de todos os níveis sociais, são pessoas que aquecem a venda”, afirmou Carlos Alexandre.

O empresário disse que, até o momento, o seu setor de vendas ainda não sofreu muitas mudanças e que a venda continua alta, porém, ele percebe que a crise econômica está se agravando na Jaime Brasil e que o fechamento da agência poderá contribuir ainda mais para a situação. “Outras lojas estão fechando por aqui, por conta dessa crise econômica. Alguns comerciantes falam que o movimento caiu e que estão reduzindo o número de funcionários e também os setores da loja. Um exemplo é uma loja aqui perto. Era um espaço grande e agora eles estão colocando uma parede, dividindo ao meio, para alugar um dos espaços. Todo mundo está se virando de qualquer jeito. O Banco do Brasil vai fazer falta”, disse.

Os usuários do Banco, como a funcionária pública, Patrícia Amorim, também foram pegos de surpresa com a desativação da agência. Moradora do bairro São Vicente, Patrícia explicou que existem outras agências próximas onde ela pode ir, mas que aproveitava as idas à Jaime Brasil para ir ao banco.“Sempre que eu venho aqui no Centro, eu venho aqui [na agência]. Assim vai ser ruim, vai dar um pouquinho mais de trabalho por que a gente vai ter que andar mais pra ter uma agência disponível”, avaliou.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com a Superintendência do Banco do Brasil por telefone e e-mail para obter mais informações do motivo da desativação da agência Jaime Brasil e mudança para o prédio onde, até o mês passado, funcionava outra agência do Banco do Brasil, que foi desativada. Porém, até o fechamento da matéria não obteve retorno. (P.C)