Em outubro do ano passado, o Governo do Estado criou, em caráter extraordinário, o Gabinete Integrado de Gestão Migratória (GIGM) com a finalidade de planejar e executar ações de controle e atenção aos migrantes venezuelanos. O decreto, no entanto, assinado pela Governadora Suely Campos (PP), era válido por apenas 180 dias. O prazo encerra neste sábado, 15 e não será renovado.
Apesar disso, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC) informou que vai continuar atuando, juntamente com a Federação Humanitária Internacional (Fraternidade), nas ações do Centro de Referência ao Imigrante (CRI), localizado no bairro Pintolândia, na zona Oeste, que atende aos migrantes indígenas e não indígenas. O órgão ressaltou que os migrantes indígenas foram retirados das feiras e da Rodoviária Internacional de Boa Vista e encaminhados ao CRI, onde estão sendo abrigados, medicados e alimentados por meio dos esforços do Estado.
Quanto aos indígenas, o Estado informou que está atuando para evitar que voltem a dormir nas ruas ou pedir dinheiro nos semáforos. Já os não indígenas, que estiveram no CRI, foram encaminhados para regularizar a documentação para permanência no Brasil e para ingresso no mercado de trabalho.
A Defesa Civil esclareceu que foi feita uma aproximação de forma direta entre os indígenas venezuelanos e os indígenas no Brasil, inclusive participando da reunião do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Contudo não houve um entendimento que pudesse formalizar a permanência dos venezuelanos em terras indígenas brasileiras.
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De acordo com dados da Defesa Civil, 147 venezuelanos, sendo 102 indígenas, estão sendo atendidos pelo CRI. Existem 36 crianças que são atendidas pelo Centro de Referência. “Destacamos que o CRI, coordenado pelo Estado, por meio da Defesa Civil e pela Fraternidade, vai continuar oferecendo apoio aos imigrantes por tempo indeterminado”, garantiu.
Venezuelanos montam acampamento à céu aberto em feira da Capital
Mesmo com a manutenção do Centro de Referência ao Imigrante (CRI), um grupo de venezuelanos, entre crianças, adultos e idosos, está acampado, ao ar livre, na área externa da Feira do Produtor, localizada no bairro São Vicente, zona Sul de Boa Vista.
Vivendo em condições precárias, sem higiene e segurança, o grupo montou uma espécie de acampamento improvisado, com a colocação de várias redes entre árvores. Alguns são descendentes de indígenas e aproveitam o espaço para comercializar produtos como artesanatos, chapéus e bolsas. Outros pedem esmolas nas proximidades para que tenham o que comer. (L.G.C)
