Cotidiano

Obra do Hospital das Clínicas deverá ser concluída apenas no final de 2015

Roraima fechará o ano de 2014 sem a finalização das obras do Hospital das Clínicas, no bairro Pintolândia, zona Oeste. Prometido para ser entregue no dia 26 do mês passado, a unidade deverá ser entregue apenas no final do ano que vem.
A pedido da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), o Ministério da Saúde prorrogou a vigência de execução do convênio de construção do hospital sob nº 2611/2007. Com isso, fica estabelecido que a Sesau terá que deixar tudo pronto até o dia 31 de dezembro de 2015. Até agora, 76% das obras já foram finalizadas.
Iniciada no dia 29 de abril de 2011, a construção do Hospital das Clínicas de Roraima foi amplamente celebrada pelas administrações de Anchieta Júnior (PSDB) e a do seu sucessor, Chico Rodrigues (PSB). A obra tinha como premissa melhorar a situação da já caótica saúde pública de Roraima. Além de atender aos populares do Pintolândia e bairros adjacentes, a unidade ajudaria a desafogar a grande demanda existente no maior hospital do Estado, o Hospital Geral de Roraima (HGR).
Sob responsabilidade da empresa Elo Engenharia LTDA, a obra foi orçada no valor de R$17, 5 milhões e deveria ser entregue no final de 2012, o que não ocorreu.  Na época, a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf) alegou que o atraso na obra se deu em decorrência de “processos burocráticos”.
No ano passado, novas adequações foram feitas no projeto original. De dois blocos, o hospital passaria a contar com três e, ao mesmo tempo, cresciam as negociações com a Universidade Federal de Roraima (UFRR) para transformar a unidade em Hospital Universitário. Houve inclusive visitas de representantes da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), vinculada ao MS, para avaliar o projeto.  Um acordo chegou a ser formalizado, mas negociações não avançaram devido a uma observação feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Segundo um levantamento feito pelo TCU, o acordo entre governo e UFRR não poderia ser celebrado, uma vez que a Portaria Interministerial 127, de 2008, determinou que o convênio assinado no ano anterior pelo então governador Anchieta não poderia ser descumprido.
Para o TCU, caso o acordo fosse celebrado de maneira efetiva, a população seria prejudicada, uma vez que a UFRR deixaria de construir o seu próprio hospital escola e o Estado se esquivaria dos custos de manutenção de mais uma unidade hospitalar.
OBRAS – A Folha foi até o local onde está sendo construída a unidade hospitalar e encontrou os portões fechados. Dentro do canteiro de obras era possível ver uma tímida movimentação interna, mas nada que representasse avanços significativos dos trabalhos.
“É triste ver uma obra dessa parada, sem andamento visível. A população necessitando cada vez mais de hospitais e o governo parece não estar nem aí com a situação de calamidade da saúde”, comentou o marceneiro Izaias Lacerda. (ML)