As úlceras são lesões superficiais ou profundas na pele ou nas mucosas e são popularmente chamadas de feridas. Podem ter diversas causas, como hereditariedade, doenças pré-existentes e fatores de risco como sedentarismo e tabagismo.
De acordo com o cirurgião vascular Guilherme Bortolon, as lesões crônicas chegam a levar semanas e até meses para cicatrizar, prejudicando a qualidade de vida. Se não tratadas adequadamente, podem evoluir para infecções, deformidades e até mesmo amputações.
Doenças arteriais ou venosas nos estágios avançados podem causar úlceras, geralmente nas extremidades.
Em si mesma, a úlcera costuma ser dolorosa e a presença de dor sugere uma infecção associada. Essas úlceras costumam ser rasas, crônicas e de cicatrização difícil. Geralmente ocorrem na parte interna da perna, acima do tornozelo. Esses sintomas se acompanham de inchaço na parte inferior das pernas, podendo ocorrer em outras partes do corpo.
“Isso acontece espontaneamente ou após um trauma. A úlcera arterial ocorre nos estágios avançados de isquemia, que é a falta de sangue nas extremidades, as quais ficam frias, pálidas e apresentam dor no repouso ou dificuldade para caminhar a pequenas distâncias, já a úlcera venosa ocorre nos estágios avançados da doença venosa crônica, estágio onde há edema, manchas escuras, dermatite ocre, e fibrose na pele decorrentes das varizes”, explica.
São causadas por problemas de circulação. Pelo sistema circulatório, o coração leva o sangue pelas artérias para todo o corpo e o caminho de retorno é feito pelas veias.
O diagnóstico diferencial é fundamental e determinante para o tratamento e deve ser realizado por profissional capacitado, que irá observar fatores como a localização, características da lesão, quantidade de exsudato, entre outros aspectos.
“O conjunto de sinais e sintomas da doença venosa crônica ou doença arterial e a história clínica associada à característica da própria úlcera é o que definem o diagnóstico da úlcera e a sua causa”, relata.
Erros de diagnóstico podem prejudicar o tratamento, que é diferente em cada caso. Por isso, pode ser necessária a realização de exames complementares.
Tratamento
O acompanhamento de um médico vascular para definir o tratamento, que pode ser tópico, medicamentoso ou cirúrgico, é muito importante. Cada tipo de úlcera exige um tratamento específico. Nas úlceras de origem venosa é importante associar ao tratamento tópico da ferida o repouso deitado com as pernas elevadas e uma bandagem compressiva para melhorar o retorno venoso.
O exame físico feito pelo especialista já revela a possível causa da úlcera e o seu tipo – venosa, arterial, neuropática, infecciosa. O exame a ser solicitado para o diagnóstico da doença venosa crônica ou doença arterial, inicialmente, é o ultrassom. Eventualmente requer-se uma biópsia para auxiliar no diagnóstico diferencial das úlceras.
“O tratamento é complexo e variável e tem como principal objetivo tratar a doença de base da úlcera, seja ela venosa ou arterial. Os cuidados locais como curativo adequado e orientações gerais, como repouso com os membros elevados, são fundamentais para a cicatrização da úlcera”, finaliza.