Política

Ação conjunta de governos não chegou a bairros da zona Oeste

Poeira e lama atormentam boa-vistenses, mesmo depois que Prefeitura e Governo do Estado receberam R$ 54,8 milhões para asfaltamento

Inúmeras ruas de Boa Vista continuam sem asfalto e os moradores reclamam do excesso de poeira, no verão, e os atoleiros que se formam no período de chuva. Em janeiro de 2013, assim que assumiu a Prefeitura de Boa Vista, Teresa Surita (PMDB) e o então governador José de Anchieta Júnior (PSDB) assinaram um convênio e receberam do Ministério dos Transportes R$ 49,4 milhões para recapear 170 quilômetros de ruas e avenidas na Capital.
A solenidade de assinatura do convênio, além dos chefes dos executivos, também contou com a participação do deputado federal Luciano Castro (PR) e do senador Romero Jucá (PMDB). O recurso federal foi liberado para a conta do Governo do Estado que, em parceria com a Prefeitura de Boa Vista, deveriam asfaltar a cidade.
Mas os moradores da rua Closvaldo Paes Carolino, por exemplo, no bairro Santa Luzia, zona Oeste, aguardam até hoje o asfalto passar na frente de suas casas. O descontentamento é grande porque a prefeitura só asfaltou parte da rua. “Pagamos os mesmos impostos. Então, por que não pavimentaram este lado da rua?”, questionou um morador, que preferiu não se identificar.
No bairro Pintolândia, também na zona Oeste, várias ruas ainda não foram recapeadas ou asfaltadas. É o caso da Antônio Ferreira da Silva. Ontem pela manhã, moradores desperdiçavam água jogando-a na rua para baixar a poeira. “Quando chega o verão, a poeira invade nossas casas e até adoecemos. Quando é tempo de chuva, a rua vira um lamaçal e até carro atola. Queremos saber quando a prefeitura vai asfaltar, pois as outras daqui do bairro já foram pavimentadas”, reclamou outra moradora.
Na rua Águia, no bairro Jardim Primavera, ainda zona Oeste, os moradores alegam que sofrem discriminação política, por isso, segundo eles, a prefeita não asfalta a rua. “Todo mundo aqui na rua não votou na Teresa. A gente colocou foi placa reclamando deste descaso. Acho que foi por isso que ela não mandou asfaltar. Mas pagamos os mesmos impostos”, observou o morador Agnaldo Pessoa, de 49 anos, servidor público.
A rua Águia, além da falta de asfalto, está toda esburacada. A poeira também incomoda a vizinhança. Quando chove, segundo o morador, a rua vira um lago e depois um atoleiro. “E a gente soube que esta rua já consta como asfaltada no mapa da cidade. É uma mentira”, retrucou.
Moradores da rua Manoel Sabino dos Santos, no bairro Caranã, zona Oeste, também convivem com o mesmo problema. A rua não tem asfalto. O pior é que há uma vala aberta que transborda toda vez que chove. Segundo os moradores, o local vira um criadouro de mosquito. “Aqui na rua duas pessoas já pegaram dengue. E foi desta vala bem aí”, apontou um morador, que preferiu não se identificar.
PONTES E CALÇADAS – Além dos R$ 49,4 milhões para pavimentar e recapear Boa Vista, Governo e Prefeitura também receberam R$2,9 milhões para construir pontes e mais R$2,5 milhões para construir calçadas, o que totalizou R$ 54,8 milhões, recursos também liberados pelo Ministério das Cidades.
PREFEITURA – A Folha mandou e-mail, na tarde de ontem, para a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Boa Vista, mas até o encerramento da matéria, às 19h30, não houve retorno. (AJ)