Uma das coisas mais fundamentais na vida de uma mãe moderna é não apenas ter ajuda do pai, mas também dividir as tarefas. Hoje em dia, as mães não cuidam exclusivamente dos filhos, mas de si mesmas, de suas tarefas diárias em casa e no trabalho.
Assim é a criação de Túlio de cinco anos, filho da Samya Mota. Ela conta que já recebeu olhares maldosos quando não foi em reuniões escolares por causa do trabalho e no lugar dela, o pai foi.
“Quem vai buscar e deixar o Túlio na escola é sempre o Thiago (pai). Na maioria das vezes ele acaba ficando mais com nosso filho por causa da minha falta de tempo, as pessoas estranham”, explica. Samya trabalha em horário integral, inclusive no fim de semana, além de fazer seu segundo ensino superior e pós-graduação.
Na hora das despesas, os dois gastam os mesmos valores. “O pai as vezes mima até mais comprando vários brinquedos”, relata. Para Samya a criação dividida é essencial. “Uma mãe quando tem um filho, se transforma, mas o certo é transformar o meio também. Todos deveriam participar da maternidade. Acredito que dividir tarefas não deveria ser raro e sim natural, corriqueiro”, relata.
Segundo ela, espera-se que a mãe seja uma super heroína e que faça mil tarefas, mas o certo seria que as tarefas sejam bem divididas para que nenhum dos dois sofra com o cansaço. “Você e ele podem dividir essas responsabilidades e assim o ônus de cuidar de um lar não ficará todo sobre a mãe, o que é muito justo. Além de nós dois, o Túlio ainda conta com o apoio dos avós maternos e paternos”, ressalta.
Para a pediatra Ana Carolina Brito, a criação que envolve muitas pessoas pode ser benéfico para a criança, e isso interfere até na personalidade dos pequenos.
“Uma criança que sabe lidar com várias pessoas, será um adulto sociável, alegre, bem disposto a lidar com diferenças e opiniões divergentes”, relata.
Na hora de cuidar dos filhos, a pediatra explica que é preciso identificar as tarefas a serem feitas. Quando se fala em dar conta de todos os afazeres domésticos, o discurso é sempre o mesmo: antes, eles eram responsabilidade das mulheres, que ficavam em casa. Agora, os tempos são outros, e, assim como elas se adaptaram ao mercado de trabalho, os homens também precisam fazer o caminho inverso.
“Os pais devem conversar e tentar chegar a um acordo sobre o que cada um vai fazer. Vocês podem também eleger as piores tarefas e tentar distribuí-las de forma igual para os dois, assim nenhum terá que fazer mais tarefas difíceis que o outro. Outra opção é fazer as tarefas menos prazerosas juntos, assim vocês talvez consigam fazer com que aquilo se torne menos doloroso. Esse exemplo também irá mostrar para a criança a responsabilidade que cada um tem com sua tarefa, além disso, vai ensinar a ele a não fazer tudo sozinho”, finaliza.