Para comemorar os 30 anos do Itaú Cultural, uma mega exposição intitulada “Modos de ver o Brasil” reúne peças de artistas de toda a região do país em quatro andares da Oca, prédio localizado no Parque Ibirapuera em São Paulo.
A proposta é criar um espaço cultural que conte a história da arte e da cultura brasileira. São 750 obras do acervo de arte do Itaú Unibanco, 75 delas foram compradas especialmente para a exposição. A abertura para o público acontece nessa quarta-feira (24). Será a maior exposição de arte da América Latina.
Para a curadoria foi convidado Paulo Herkenhoff, que agregou ao projeto Thais Rivitti e Leno Veras. Segundo ele, a exposição também ressalta os esforços do instituto em incentivar a criação, a manutenção da memória e o pensamento crítico em cultura.
“Os visitantes terão acesso aos mais diversos tipos de telas e esculturas, como um presente à cidade, as obras se relacionam entre si como uma espécie de constelação, é uma flutuação pela cultura brasileira com aberturas interpretativas, porque o Brasil não se reduz a uma única explicação”, esclareceu ressaltando que talvez essa tenha sido a exposição mais complexa, em termos estruturais, que ele já tenha curado.
A Oca em si faz parte da exposição, criada pelo arquiteto Oscar Nyemeier, local escolhido para expor as obras de arte tem quatro andares.
O público poderá passear pela arte indígena, colonial, afro-brasileira, barroca, moderna e contemporânea, sem seguir os mesmos critérios de forma aleatória. O que segundo o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, dá a sensação da mesclagem da cultura brasileira.
“Queremos deixar algo de perene aos locais que ocupamos. Na Oca, estamos fazendo a impermeabilização e a pintura e melhorando o sistema de alarmes, uma pequena reforma”, contou Saron.
Na exposição, diversas técnicas e suportes, como pinturas, gravuras, esculturas, objetos, vídeos, instalações, colagens, pertencentes a diversos movimentos e contextos artísticos e históricos (vão do século 17 ao 21), assim como etnias. A organização também teve o cuidado para criar espaços com tradução em libras, textos em áudio e instalação de piso tátil.
Segundo os organizadores, ainda há a possibilidade de haver uma itinerância.
“Apesar de não haver previsão para que a exposição chegue a outros estados, seria interessante reaver em um espaço mais compacto, em menor número, já que estamos contando a história do Brasil, queremos que o público tenha total acesso”, relatou Saron.