O Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) anunciou que passará a ofertar, a partir de julho, cursos de formação de bombeiro profissional civil (BPC) no Estado de Roraima, com base na nova Lei 13.425/2017, que regulamenta novas diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndios e desastres em estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público.
Segundo dados do CBM, os pouco mais de 500 bombeiros civis atuam na área em Roraima de forma irregular, pois foram formados em cursos sem qualificação e aval do órgão. “Nenhum bombeiro civil formado por essas empresas pode exercer a função, porque as empresas não estavam regularizadas. O que tem é a regularização para formar brigadistas e técnicos em segurança do trabalho”, disse o coronel Cleudiomar Ferreira.
Segundo ele, a decisão de instituir o curso de formação profissional se deve ao fato de inúmeras irregularidades encontradas. “Começamos a receber algumas denúncias dos próprios bombeiros civis, que vieram questionar que foi proposto um curso e, no final, eles receberam algo que estava muito aquém do que foi prometido”.
Além de certificados inválidos, os bombeiros civis do Estado têm dificuldade de encontrar vagas no mercado de trabalho. “Há depoimentos de pessoas que ficaram acidentadas nos cursos, que prometiam emprego certo sem haver. O fato é que dos mais de 500 bombeiros civis que supostamente foram formados, pouco mais de 27 pode-se dizer que estão trabalhando”, comentou o coronel.
Conforme ele, as empresas ignoraram a recomendação por parte do Ministério Público de Roraima (MPRR) de não ministrarem mais cursos para a área. “Passamos a exigir e pedir que essas escolas procurassem a corporação para que viessem aqui e mostrassem como os cursos estão sendo ministrados, se os instrutores estão capacitados para ministrar curso de combate a incêndio, salvamento e equipamento pré-hospitalar. Algumas empresas não apenas não vieram como continuaram ministrando os cursos sem autorização”, disse.
Segundo o coronel, o curso que será ofertado vai ser aberto a toda população, em especial para os bombeiros civis que já têm formação em outras unidades. “Esses mais de 500 bombeiros civis que não têm qualificação não podem ficar no prejuízo. Assim como compete ao Corpo de Bombeiros fiscalizar, também podemos formar cidadãos nessa área”, destacou.
Para a validação do curso, será feita uma espécie de nivelamento. “O primeiro curso deve ocorrer no início de julho. Entendemos que a situação chegou a um nível que não podemos mias aceitar que pessoas de formação duvidosa atuem no mercado. O custo para uma turma com 30 alunos em um curso de 80 horas ficaria em torno de R$182,00 por aluno”, informou.
LEI – A Lei 13.425, de 30 de março de 2017, conhecida como Lei da Boate Kiss, trouxe novas diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público. (L.G.C)