Corredor denuncia falta de condições para praticar esporte

“Tentem imaginar a dor da minha esposa buscando formas de explicar para os meus filhos de 9, 3 e 1 ano de idade, que o papai não voltaria nunca mais para casa porque saiu às 6 da manhã e foi brutalmente atropelado enquanto praticava tranquilamente sua corrida matinal. Pois a inconsequência de um bando de moleques, muito provavelmente alcoolizados (e sabe-se lá o que mais) voltando da “baladinha” quase causou danos irreparáveis para minha família hoje cedo”.
Com esse depoimento, o diretor de criação Beto Bellini contou em rede social que sofreu uma tentativa de homicídio durante uma corrida hoje pela manhã , no bairro Caçari.
Ele disse que por volta das 6h30 da manhã, estava na altura da praça do Caranguejo, e escapou por puro reflexo de ser atropelado por cinco rapazes de, no máximo, vinte e poucos anos, que vinham num carro cinza .
“Ao chegarem cerca de 50 metros de mim, jogaram o carro na minha direção de forma proposital. Saltei para a calçada com o coração na boca. Nunca dou as costas para os carros enquanto pratico minhas corridas, justamente porque nunca se sabe quem está atrás de um volante. E foi graças a essa minha estratégia de correr na contra-mão que estou aqui vivo”, desabafou.
Ele cita que as pessoas praticantes de esportes de rua, precisam ser respeitadas. “Nós, que optamos pelas atividades ao ar livre não queremos nada mais que isso: respeito por parte dos condutores de veículos motorizados”.
OUTRO CASO
A corredora, Neyde Cipriano Maruai, foi atropelada em outubro também no bairro Caçari. O acidente ocorreu quando uma idosa, que conduzia um carro modelo HB20, sentido Centro, não avistou a corredora e acabou atropelando a vítima.
O grupo ao qual Neyde Cipriano faz parte tem pelo menos 100 integrantes que treinam diariamente em diversos pontos da capital, utilizando as avenidas Ville Roy e Getúlio Vargas. Eles alegam que lhes faltam lugares para praticarem o esporte em Boa Vista.