Cotidiano

Vendas de Natal ainda não aqueceram

Gerentes das lojas dos centros comerciais esperam que clientela apareça quando se aproximarem as datas festivas de fim de ano

A recente inauguração de dois shoppings afetou o movimento das principais lojas do comércio boa-vistense. De acordo com comerciantes ouvidos pela Folha, a 16 dias do Natal a movimentação em dois dos principais centros comerciais de Boa Vista, o Avenida da Jaime Brasil e o da Avenida Ataíde Teive, está fraca.
Na manhã de ontem, o movimento no mais antigo centro comercial da Capital, o da Jaime Brasil, era de tranquilidade. Mesmo como o feriado de Imaculada Conceição (veja matéria na página 8A), a cena esperada por muitos comerciantes era a de procura por presentes de Natal, o que acabou não acontecendo. “Em comparação ao mesmo período do ano passado, a movimentação está bem fraca”, disse Simone Silvane, gerente de uma loja do setor de vestuários.
Segundo Silvane, a queda de movimento é resultado do interesse do público, que voltou os olhos para os dois shoppings recém-inaugurados. Apesar disso, ela ressalta uma vantagem que os novos empreendimentos não possuem. “A inauguração desses shoppings causou, sim, um impacto nas vendas. A gente nota que o pessoal está muito empolgado com as novidades, mas o diferencial das lojas centrais para as dos shoppings é que eles não oferecem os 10% que são habituais do comércio. Oitenta por centro do comércio boa-vistense oferecem esses descontos, e os shoppings ainda não fazem isso”, afirmou.   
OTIMISMO – Apesar do clima de apreensão, nem todos os setores comerciais foram afetados com as novidades. É o que afirma Vanei Oliveira, gerente de uma franquia local de varejo. Ele acredita que a concorrência fará com que o comércio da Capital melhore a forma de relacionamento com o cliente.
“Pelo menos nesse setor, essa fuga de clientes não aconteceu. Pelo contrário, ela fez se fortalecer ainda mais. A vinda desses shoppings não só traz mais opções para o consumidor, como também obriga as empresas locais a melhorarem seus canais de relacionamentos com o público. Isso é benéfico para as empresas, para a economia e para o consumidor”, ressaltou.
Para a gerente de loja de smartphones, Ana Mendes, apesar do ar de novidades, o comercio local deverá recuperar o fôlego perdido com os novos empreendimentos. “À medida que forem se aproximando o Natal e o Ano Novo, acredito que o comércio comece a recuperar público. Aqui na Capital é assim mesmo: quando abre um novo empreendimento, todos acabam indo para conhecer, mas depois o mercado começa a se nivelar”, salientou.
CONSUMIDORES – A Folha consultou consumidores para saber deles suas impressões sobre o novo momento que o comércio vem enfrentado. Para a estudante universitária Alana Machado, a queda no movimento nos centros comerciais é consequência da modernidade proporcionada pelos novos empreendimentos.
“É uma coisa que é nova aqui no Estado. É nítido que todo mundo vai querer ir para conhecer. Antigamente, as opções eram ir para Manaus [Amazonas] ou se aventurar em Santa Elena [Venezuela] ou Lethem [Guiana]. Tendo opções em conta é muito difícil não ocorrer essa queda de movimentação”, comentou.
Já o eletricista Railton Castro descarta que haverá crise no mercado local. Para ele, é questão de tempo até tudo se normalizar. “Sempre tem essa conversa de que o mercado vai quebrar. Eu já penso que não. O pessoal tem que entender que tudo tem um público. Tem gente que não vai deixar de consumir algo no Centro só porque abriu outro no shopping. É tudo uma questão de tempo”, opinou. (M.L)